Comissão de inquérito: banco nasceu com capital a menos e os ativos são vendidos ao preço possível. Estado vai continuar a injetar dinheiro nos próximos anos
O Novo Banco nasceu, em 2014, com pouco capital para os desafios que ia ter pela frente. O desenho para a venda à Lone Star, expondo o Fundo de Resolução (FdR) a riscos de €3,89 mil milhões (e mais algumas incógnitas), foi feito para evitar a liquidação e uma nacionalização de perdas. Porém, o modelo criado para escrutinar a gestão, quando estava já no controlo da Lone Star mas a beneficiar de financiamento público através do FdR, tem fragilidades. Tantas que uma delas é que, até agora, ainda ninguém deu provas exatas — apenas convicções — de que a Lone Star não está, enquanto compradora, em operações de venda de carteiras de créditos ou imóveis do Novo Banco.
Estas são conclusões das audições que já decorreram da comissão de inquérito às perdas do Novo Banco imputadas ao FdR, sobretudo das últimas em que foram ouvidos quatro protagonistas: quem a criou e a vendeu, Carlos Costa; quem a detém parcialmente e a fiscaliza, Luís Máximo dos Santos; quem a supervisiona (e ajudou a vender), Mário Centeno; e quem a gere, António Ramalho. Não sai, destes testemunhos, um alinhamento total dos factos e das convicções, mas há ideias transversais.
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