Economia

Novo Banco olhou para EuroBic mas Ramalho admite que não há hipótese de comprar

Novo Banco olhou para EuroBic mas Ramalho admite que não há hipótese de comprar

Depois de Mário Centeno ter dito que a compra seria difícil, presidente do Novo Banco admite que calendário dificulta operação

Novo Banco olhou para EuroBic mas Ramalho admite que não há hipótese de comprar

Diogo Cavaleiro

Jornalista

Novo Banco olhou para EuroBic mas Ramalho admite que não há hipótese de comprar

Isabel Vicente

Jornalista

O presidente do Novo Banco admite que, mesmo estando impedido pela Comissão Europeia de fazer compras, olhou para o EuroBic, de que Isabel dos Santos se está a desfazer desde que eclodiu o Luanda Leaks. Mas a operação não deverá acontecer.

“Quando vejo que um banco tem alguma dificuldade, olho imediatamente para esse banco, é meu dever olhar para esse banco”, respondeu António Ramalho na audição desta terça-feira, 19 de maio, da comissão parlamentar de inquérito às perdas do Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução. “Vou naturalmente olhando”.

Aliás, sobre este tema, Ramalho criticou os bancos concorrentes: “Quando estive em dificuldades, não olharam para mim dessa forma, e gostava que tivessem olhado”. “Não fico à espera de resolução para comprar bancos. Há quem seja especialista nisso”, declarou, sendo que, neste caso, em Portugal, foi o Santander que adquiriu o Banif e o Popular através de medidas de resolução.

António Ramalho repetiu a ideia de que “o Novo Banco toma decisões estratégicas claras no sentido de apoiar a economia portuguesa” - aliás, voltou também a falar da opção da gestão de abandonar Espanha, algo que Bruxelas não tinha determinado, para se focar no mercado nacional. E a hipótese EuroBic insere-se aí - isto apesar de, em 2020, o banco ter tido prejuízos superiores a mil milhões de euros e continuar a precisar de capitalização do Fundo de Resolução.

Porém, há um problema, que já tinha sido admitido por Mário Centeno. “Ouvi ontem o Sr. governador, que tocou num ponto: esta operação tem um timing e não é compatível com a posição do banco”. Isto porque o Novo Banco está impedido, até ao fim deste ano (quando termina o plano de reestruturação negociado com a Comissão Europeia), de fazer compras – e distribuir dividendos. E o processo do EuroBic está em curso agora.

O banco liderado por Azevedo Pereira está para ser vendido desde o início do ano passado, e já passou por uma transação falhada, com o espanhol Abanca. Iniciou-se um novo processo, em que, entre outros, o Novo Banco e o Banco CTT se apresentarem como interessados.

A alienação do EuroBic foi pressionada pelo Banco de Portugal tendo em conta que Isabel dos Santos, apanhada no escândalo Luanda Leaks, é a principal acionista do banco.

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