BCP com lucros de 57,8 milhões de euros no primeiro trimestre

Nos primeiros três meses do ano os lucros do BCP aumentaram 63,8% face a igual período de 2020 quando atingiram os 35,3 milhões de euros
Nos primeiros três meses do ano os lucros do BCP aumentaram 63,8% face a igual período de 2020 quando atingiram os 35,3 milhões de euros
Jornalista
Os lucros consolidados do BCP ascenderam, no primeiro trimestre do ano, a 57,8 milhões de euros, um crescimento assinalável face aos 35,3 milhões registados em igual período de 2020. Miguel Maya, presidente do BCP afirma em conferência de apresentação de resultados que por esta altura no ano passado "estávamos ainda sem perceber muito bem o que estava pela frente", resumindo que foi um "ano muito difícil".
A rentabilidade dos capitais próprios, que serve para medira capacidade de retorno aos acionistas, atingiu os 4% nos primeiros três meses do ano, acima dos 2,4% alcançados em igual período de 2020 e acima dos 3,1% registados no final de 2020.
Em comunicado o banco refere que "esta evolução favorável ficou a dever-se ao bom desempenho apresentado pela atividade em Portugal, pese embora o mesmo tenha sido atenuado pelo menor contributo da atividade internacional, nomeadamente da subsidiária polaca, fortemente condicionada pelo reforço da provisão extraordinária constituída para fazer face ao risco legal associado aos créditos hipotecários concedidos em moeda estrangeira, que ascendeu a 112,8 milhões de euros nos primeiros três meses de 2021 (12,7 milhões de euros no mesmo período de 2020)". E justificando que "este reforço significativo das provisões na subsidiária polaca reflete as tendências negativas das decisões judiciais, o aumento do número de novos processos judiciais e a aplicação de pressupostos mais conservadores na avaliação de risco".
Na atividade consolidada os custos operacionais encolheram 9,2% com um cost to core income de 47%.
A margem financeira em termos consolidados encolheu 2,5%. E as comissões caíram 1%.
Verificou-se um reforço expressivo de imparidades e provisões que totalizaram 242,8 milhões de euros, o que corresponde a um aumento de 20,3%, não havendo dotação especifica por conta da pandemia.
A qualidade do crédito melhorou. Verificou-se uma redução do crédito em risco (NPE) de 830 milhões de euros, ou seja 21% no período em análise.
O rácio de capital total é de 15,5% e o rácio de capital CET1 de 12,2%, acima dos requisitos regulamentares de 13,31% e 8,83%, respetivamente.
O contributo da atividade internacional foi negativo. Foram registados prejuízos de 25,6 milhões de euros no trimestre, quando em 2020 as operações internacionais contribuíram com um lucro de 19 milhões de euros. A operação na Polónia teve um impacto grande, os prejuízos ascenderam a 68,6 milhões. Os lucros do banco em Moçambique ascenderam a 15,5 milhões de euros.
Do lucro consolidado, o negócio em Portugal ascendeu a 83,4 milhões de euros, acima dos 16,2 milhões de euros obtidos em 2020. Para esta melhoria do negócio em Portugal, mesmo em ano de pandemia, contribuiu uma redução das imparidades e provisões, no montante.
Para a subida dos lucros em Portugal contou o reforço da margem financeira e a redução dos custos operacionais, assim como a redução de imparidades e provisões. A margem financeira ascendeu a 204 milhões de euros, um crescimento de 9,7% face a igual período de 2020. Os custos operacionais caíram 2,8% e as provisões e imparidades registaram uma redução de 38,2 milhões de euros.
As comissões em Portugal registaram um crescimento marginal de 0,2%. As comissões bancárias caíram 2,4%, já as comissões de contas subiram 9,5%.
O crédito concedido ascendeu a 56,4 mil milhões de euros, o que correspondeu a um aumento de 3%. Desta fatia o crédito concedido na atividade em Portugal ascendeu a 38,6 mil milhões tendo o crescimento ascendido a 3,5%.
Já os recursos captados atingiram os 87 mil milhões de euros, e o um crescimento consolidado de 8,9%. Em Portugal o crescimento dos recursos foi de 9,9%, sobretudo recursos de particulares.
Quanto a um eventual plano de rescisões, Miguel Maya afirma que "o banco tem de se preparar para o futuro e a gestão (dos seus recursos) tem de ser dinâmica" O ano passado o BCP não avançou com o plano de rescisão que tinha previsto por causa da pandemia, embora Miguel Maya afirme que o banco não deixará de tomar as decisões que tiver de tomar".
Acrescentando que o BCP tem "necessidade de melhorar a eficiência mas estes planos carecem de análise profunda. Não se reduzem pessoas de ânimo leve". Em termos líquidos saíram do BCP 191 trabalhadores face a igual trimestre de 2020. Embora o presidente do BCP faça questão de sublinhar que este ano já recrutou 23 trabalhadores e em 2020, 139.
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