Castro Almeida alerta para “erro gravíssimo” na bazuca portuguesa
O secretário de Estado que lançou o Portugal 2020 quer mais empréstimos do Plano de Recuperação e Resiliência a capitalizar as empresas através do Banco de Fomento
O secretário de Estado que lançou o Portugal 2020 quer mais empréstimos do Plano de Recuperação e Resiliência a capitalizar as empresas através do Banco de Fomento
jornalista
Manuel Castro Almeida – que lançou os fundos do Portugal 2020 enquanto secretário de Estado do desenvolvimento regional de Passos Coelho – considera que o governo está a cometer “um erro gravíssimo” ao não aproveitar mais os empréstimos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para inverter a descapitalização em curso nas empresas portuguesas.
O antigo governante social-democrata alerta que “os capitais próprios das nossas empresas são cerca de metade da média europeia e um terço da média das micro, pequenas e médias empresas (PME) americanas.
“É um problema estrutural grave” para o qual seria “agora oportuno usar este dinheiro” colocado à disposição de Portugal a título de empréstimo no âmbito do Mecanismo de Recuperação e Resiliência.
Esta foi uma das propostas deixadas por Castro Almeida no debate “Lições a retirar do Portugal 2020 para a utilização das verbas da ‘bazuca’ europeia”, promovido na segunda-feira, pela Coimbra Business School no Jornal Económico TV.
“Acho um erro gravíssimo que o governo está a cometer ao não aproveitar, no PRR, a linha de financiamento que está aberta. Estão disponíveis para Portugal cerca de €15 mil milhões e o governo propõe-se a utilizar apenas €3 mil milhões”, disse Castro Almeida sobre o PRR.
Para o ex-governante, “era altura de pegar neste dinheiro e colocá-lo no Banco de Fomento para este poder dispor de uma bazuca para intervir na capitalização das empresas que é um problema gravíssimo”.
De acordo com a proposta colocada a consulta pública, o governo português propõe-se a mobilizar apenas €2.699 milhões de empréstimos do PRR para investir na habitação, investimento e inovação e mobilidade sustentável.
“Faço aqui uma recomendação veemente ao governo para que utilize o empréstimo da “bazuca” e não se fique pelos €3 mil milhões que são quase todos para o sector público. Era aqui a oportunidade de investir nas empresas”.
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