Economia

Dona do Correio da Manhã impede maioria de Marco Galinha na distribuidora Vasp

Dona do Correio da Manhã impede maioria de Marco Galinha na distribuidora Vasp

A empresa que edita o Correio da Manhã utilizou o direito de preferência e ficou com metade da posição da Impresa na distribuidora de jornais. Fica, assim, com 50% do capital, a par da titular do DN e do seu novo acionista

Dona do Correio da Manhã impede maioria de Marco Galinha na distribuidora Vasp

Diogo Cavaleiro

Jornalista

A Cofina impediu que o empresário Marco Galinha e o grupo Global Media assumissem uma posição maioritária na distribuidora Vasp, ao adquirir parte da posição que a Impresa, proprietária do Expresso, acordou vender.

Em janeiro, a Impresa fechou um entendimento para alienar a sua posição de 33,33% na Vasp à Páginas Civilizadas, a companhia a partir da qual o Grupo Bel, de Marco Galinha, investiu na Global Media, a empresa que edita o Diário de Notícias e o Jornal de Notícias, entre outros.

Com esta transação, a Impresa deixaria de ter posição na Vasp, a Global Media e a Páginas Civilizadas ficariam, no seu conjunto, com dois terços do capital, e a outra acionista, a Cofina, ficaria com um terço do capital. Mas não será assim.

Este domingo à noite a Cofina revelou à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que decidiu usar parcialmente o direito de preferência a que tinha direito como acionista da Vasp, ou seja, irá ela adquirir parte da posição da Impresa.

A “Cofina Media, S.A acordou adquirir, em 12 de fevereiro de 2021, 111.000 ações representativas de 16,67% do capital social da Vasp – Distribuidora de Publicações, S.A., pelo valor global de Euro 1.050.000,00 (um milhão e cinquenta mil euros), no exercício parcial do direito de preferência que lhe cabia como já acionista da VASP, detentora a esta data de 33,33% do capital social dessa sociedade, no âmbito da compra e venda acordada entre a Impresa – Sociedade Gestora de Participações Sociais, S.A. (“Impresa”) e a Páginas Civilizadas, Lda. (“Páginas Civilizadas”), operação essa comunicada ao mercado em 4 de janeiro de 2021 pela Impresa”.

Sendo assim, a Páginas Civilizadas, em vez de pagar os 2,1 milhões por 33,33% da distribuidora, vai agora gastar 1,05 milhões pela participação de 16,665%, confirma a dona da SIC e do Expresso em comunicado.

“A concretizar-se tal aquisição, sujeita à não oposição da Autoridade da Concorrência, a Cofina Media passará a deter 50% do capital social da VASP, sendo os remanescentes 50% do capital da sociedade detidos pela Global Media (33,33%) e pela Páginas Civilizadas (16,67%)”, adianta o comunicado da Cofina, a companhia dona do Correio da Manhã, Record, Jornal de Negócios, Sábado e TV Guia - operação sujeita à finalização de uma auditoria contabilística e financeira da Vasp pela Páginas Civilizadas.

Sendo assim, o capital da Vasp, que dispõe de uma rede de pontos de venda no país, fica dividido entre os dois grupos, já sem a presença da Impresa que, pouco depois da fundação do Expresso, tinha sido a responsável pela sua constituição, para se libertar de obstáculos que encontrara na distribuição do semanário. A Vasp data de 1975, sendo que o Correio da Manhã juntou-se em 1979. A Lusomundo, à data a proprietária do DN e JN, chegou em 2001, segundo o histórico no site da impresa.

A Impresa decidiu vender a Vasp e a posição que tinha na agência noticiosa Lusa à Páginas Civilizadas, transação que também aguarda uma posição na Concorrência, depois de a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) ter sublinhado que não possui poder de veto.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: dcavaleiro@expresso.impresa.pt

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