Economia

"Estas últimas medidas anunciadas pelo Governo apenas vieram colocar mais um prego no caixão", dizem técnicos de eventos

"Estas últimas medidas anunciadas pelo Governo apenas vieram colocar mais um prego no caixão", dizem técnicos de eventos

E em 2021 quando, esperemos, tudo voltar ao normal e quisermos organizar eventos da dimensão da Web Summit, que envolve cerca de 300 empresas desta área, acham que teremos profissionais qualificados para garantir a sua realização? a pergunta é da APSTE

“Este foi um ano terrível para todos os que trabalham neste setor, independentemente da sua natureza, e estas últimas medidas anunciadas pelo Governo apenas vieram colocar mais um prego no caixão". A frase é de Pedro Magalhães, presidente da APSTE - Associação Portuguesa de Serviços Técnicos, a antecipar que "mais de mil técnicos de som, imagem, luz e outros se vejam obrigados a ir para o desemprego ou a mudar de profissão depois do governo limitar os eventos corporativos a um máximo de cinco pessoas e proibir eventos para celebrar a passagem de ano.

"Por muito que já prevíssemos este cenário, pelo que tem sido a conduta dos decisores ao longo de toda esta pandemia, a verdade é que tanto a limitação dos eventos corporativos, que ainda asseguravam algum do pouco trabalho existente, como a proibição de qualquer celebração de passagem de ano, nem sequer dando espaço a eventos digitais, significará falência certa para muitas empresas e o desemprego para muitos profissionais”, alerta Pedro Magalhães.

O presidente da APSTE sublinha que um técnico "demora cerca de dois anos a estar apto a trabalhar nesta área" e estão em causa "profissionais altamente especializados que, perante a inevitabilidade do desemprego, não têm outra alternativa a não ser mudar de profissão". "Vamos perder todo este know-how? E em 2021 quando, esperemos, tudo voltar ao normal e quisermos organizar eventos da dimensão da Web Summit, que envolve cerca de 300 empresas desta área, acham que teremos profissionais qualificados para garantir a sua realização?”, questiona.

Quanto a medidas como a suspensão do pagamento especial por conta, a posição da associação é clara: Não está conta, mas há aqui "populismo da tutela", denuncia. "É incrível como se anuncia algo que nenhum benefício direto trará às empresas de setores profundamente afetados pela pandemia como se de algo muito positivo se tratasse". "Esta medida teria sentido se tivéssemos lucros para apresentar, a questão é que este ano apenas registamos prejuízos. Setores como os nossos e outros que passam pelo mesmo não tirarão qualquer proveito deste tipo de iniciativas”, conclui.

Fundada em 2020, no seguimento da criação do Movimento Cancelado, para reunir e organizar as empresas do sector de serviços técnicos para eventos, chamando à atenção para a falta de representatividade do sector perante as entidades competentes.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mmcardoso@expresso.impresa.pt

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