Economia

Ex-diretora das Finanças junta-se a ex-presidentes da Concorrência e da Anacom na administração do BPI

João Pedro Oliveira e Costa vai liderar o BPI até 2023
João Pedro Oliveira e Costa vai liderar o BPI até 2023
D.R.

João Pedro Oliveira e Costa lidera equipa executiva do BPI mais pequena do que a anterior, com apenas cinco membros (eram oito). Gestão do dia-a-dia do banco do CaixaBank continua a ser feita sem mulheres. Ulrich mantém-se à frente da administração

Ex-diretora das Finanças junta-se a ex-presidentes da Concorrência e da Anacom na administração do BPI

Diogo Cavaleiro

Jornalista

A antiga diretora-geral do Tesouro e Finanças, Elsa Roncon Santos, vai estar na mesma equipa de administração do BPI que o antigo presidente da Autoridade da Concorrência, Manuel Sebastião, e a antiga líder da Anacom, Fátima Barros. Todos estavam já em órgãos do banco, mas agora partilham, juntos, a mesma mesa de administração. O conselho continua a ser liderado por Fernando Ulrich, sendo que João Pedro Oliveira e Costa é agora o líder da comissão executiva, como já se sabia desde o anúncio da saída do espanhol Pablo Forero.

As autorizações demoraram a chegar. Foi em maio que se soube que Forero iria deixar a presidência executiva do BPI, bem como a sua substituição pelo colega de comissão executiva Oliveira e Costa. Mas só agora, a 27 de novembro, o Banco Central Europeu deu autorização a essa mudança, bem como a todas as que constam dos órgãos sociais eleitos para o novo mandato 2020-2022. Na segunda-feira, 30, o CaixaBank, único dono, tomou a decisão, como anunciado em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Nos próximos anos, Fernando Ulrich vai continuar a ser o presidente da administração (“chairman”), contando com António Lobo Xavier como vice-presidente, ambos sem funções executivas. Ao contrário do que acontecia até aqui, o presidente da comissão executiva, João Pedro Oliveira e Costa, não fica como vice-presidente da administração, sendo apenas vogal da administração.

O BPI altera também a forma de organização, e deixa de haver um conselho fiscal separado da administração, para haver um conselho de administração onde está incluída uma comissão de auditoria. Manuel Sebastião era o líder do conselho fiscal e passa agora para a administração, ficando responsável pela presidência da comissão de auditoria. Ao seu lado está Elsa Roncon Santos, antiga diretora-geral do Tesouro e Finanças, que também transita do conselho fiscal para a administração (e comissão de auditoria). Na administração estava já Fátima Barros, que foi presidente da autoridade das comunicações, e que também vai fiscalizar o trabalho da comissão executiva. Lobo Xavier e Luís Vendrell ficam também na comissão de auditoria.

A administração do BPI ficará mais pequena, passando de 18 para 15 elementos (o BCE tem vindo a tentar reduzir a dimensão dos conselhos quando o acionista é único, como neste caso). Essa diminuição é visível, também, na comissão executiva. Eram 8 elementos capitaneados por Pablo Forero e passam, agora, a ser apenas cinco.

Oliveira e Costa vai trabalhar com António Farinha Morais, Francisco Barbeira, Inacio Alvarez-Rendueles e Pedro Barreto. Não entra ninguém de novo na equipa. Mas há mudanças.

De saída está o histórico administrador José Pena do Amaral, que foi sempre assegurando as ligações com a comunicação social, que fica na comissão de responsabilidade social, presidida pelo ex-presidente do banco, Artur Santos Silva. Alexandre Lucena e Vale também sai da administração e da comissão executiva, tendo sido eleito pelo CaixaBank para presidente da mesa da assembleia-geral.

Com mais de 4.700 trabalhadores dispersos por 429 balcões, o BPI apresentou uma quebra de 66% dos lucros nos primeiros nove meses do ano, tendo gerado 85,5 milhões de euros.

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