Economia

Como Portugal (e o mundo) vai ter de reinventar a energia até 2050

Como Portugal (e o mundo) vai ter de reinventar a energia até 2050
D.R.

Projetos Expresso. O Expresso e a BP iniciam, na próxima terça-feira, o projeto “50 para 2050”, um conjunto de dez debates digitais onde 50 personalidades vão debater as alterações climáticas, o futuro do sector energético e as medidas e investimentos que têm de ser feitos para atingir a neutralidade carbónica em 2050. Os debates serão transmitidos no Facebook do Expresso, sempre à terça-feira às 11h00

Como Portugal (e o mundo) vai ter de reinventar a energia até 2050

Ana Baptista

Jornalista

A pandemia levou a uma paragem forçada da economia e, consequentemente, a uma redução das emissões de CO2 e também dos consumos de petróleo e de eletricidade em todo o mundo. Contudo, não foi o suficiente para abrandar os impactos das alterações climáticas que se têm verificado - e até agravado - nos últimos anos. Por exemplo, em maio, quando ainda muitas cidades no mundo estavam em quarentena ou em estado de emergência ou calamidade, a concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera chegou ao nível mais alto de sempre, segundo a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos, atingindo as 417,1 partes por milhão. E, em setembro - já numa fase de desconfinamento quase total - o consumo de eletricidade ficou “muito próximo do verificado no mesmo mês do ano anterior, tal como tinha acontecido em agosto”, diz a Rede Energéticas Nacionais (REN). Ou seja, a pouco e pouco, as reduções que se verificaram nos primeiros três meses de covid-19 estão a dissipar-se, mostrando que as medidas de descarbonização que estão previstas implementar até 2050 já não são sequer para manter, mas sim para intensificar.

Este reforço é particularmente visível na Europa, como foi anunciado pela Comissão Europeia há três semanas. A partir de agora, o plano para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa já não é de 40% até 2030, mas de, pelo menos, 55%, para que seja possível alcançar a neutralidade climática em 2050. “Enquanto grande parte da actividade mundial parou durante as quarentenas, o planeta continuou a ficar perigosamente mais quente. E vemo-lo em todo o lado: desde as casas evacuadas devido ao colapso do glaciar do Monte Branco [nos Alpes] aos fogos no Oregon [EUA] e às culturas destruídas na Roménia pela seca mais severa das últimas décadas. Não chegaremos lá com o status quo. Temos de andar mais depressa e de fazer melhor”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen no seu discurso do estado da União, a 16 de setembro.

Em Portugal, que foi um dos primeiros países a comprometer-se com a neutralidade carbónica até 2050 e que é reconhecido como um dos países com melhor desempenho na implementação de energias renováveis e da transição energética, atingir estas metas ambiciosas implica aprofundar o que se tem feito até agora. Mas para isso é necessário investir em novos parques eólicos e solares, investir nas redes de energia e em combustíveis alternativos, como foi referido ainda esta semana por vários dos intervenientes do sector numa conferência que a Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) realizou no início desta semana.

Com estes novos desafios energéticos em cima da mesa, o Expresso e a BP juntaram-se para organizar o projeto “50 para 2050”, um conjunto de dez debates digitais que, como o nome sugere, juntará um total de 50 oradores (cinco em cada debate) para discutir as alterações climáticas e o futuro do sector até 2050. Um painel que será sempre eclético e juntará empresas, académicos e associações de dentro e de fora do sector, para que possa existir um contributo sobre os impactos sociais desta transição energética.

O projeto arranca na próxima terça-feira, 13 de outubro, e prolonga-se até final de fevereiro de 2021, com um intervalo em dezembro. Ou seja, haverá dois ciclos de debates, sendo que apenas o primeiro tem já as datas e os temas totalmente definidos. Assim, o primeiro destes encontros - que serão transmitidos no Facebook do Expresso, sempre à terça-feira às 11h00 -, acontece a 13 de outubro e será sobre o tema “reinventar a energia”. A 20 de outubro será “os grandes impactos das alterações climáticas em Portugal”, a 27 de outubro discutir-se-á “o roteiro de descarbonização português”, a 3 de novembro será a vez da “transição energética de Portugal” e a 10 de novembro a “mobilidade futura nas cidades”.

Além do debate digital, poderá também ler as conclusões do encontro no site do Expresso e, no final de cada ciclo, um resumo na edição impressa.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

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