Em consórcio com a Consulgal, a empresa vai supervisionar a construção da ligação entre a estação do Rato e a do Cais Sodré, que pressupõe duas novas estações, na Estrela e em Santos.
Dez anos depois de ter supervisionado a construção da Linha Vermelha entre a estação do Oriente e a do Aeroporto, a Tecnoplano, em parceria com a Consulgal, ganhou o concurso para a fiscalização da chamada linha circular do Metropolitano de Lisboa.
O valor do contrato é de 4,98 milhões de euros e além da linha circular, inclui ainda a fiscalização da construção dos viadutos junto à 2ª circular para a ligação entre a linha do Norte e a estação de metro do Campo Grande, entre outros. Todas estas empreitadas dizem respeito apenas às infraestruturas em “tosco”, que depois serão objeto de novos concursos para a sua finalização.
“Os desafios serão muitos, principalmente na boa gestão de riscos e no relacionamento com os inúmeros acionistas que uma obra desta natureza em meio urbano impõe”, afirma Pedro Matos Pinho, administrador da Tecnoplano. O responsável pela gestão do contrato de fiscalização reconhece que esta expansão do metropolitano é “um desafio, mas há obras muito mais complexas” .
A ligação entre a estação do Rato e a do Cais do Sodré prevê a construção de 1984 metros, em túnel de via dupla. O primeiro lote que liga a estação do Rato à de Santos (localizada no Regimento de Sapadores Bombeiros) decorre a grande profundidade e prevê a construção da futura estação da Estrela que ficará a 56 metros da superfície e será a mais profunda da rede (a da Baixa-Chiado está a 50 metros de profundidade).
Já a construção da ligação entre a futura estação de Santos – no atual quartel dos Sapadores Bombeiros na avenida D. Carlos I – e o terminal do Cais Sodré é considerada a mais delicada do ponto de vista arqueológico. “Trata-se de uma zona reclamada ao Tejo após o terramoto, que combina não só o que ficou soterrado pela catástrofe na zona portuária, como também o entulho que veio dos edifícios destruídos da cidade”, explica Pedro Matos Pinho.
Esta zona de aterro levanta também questões a nível freático. “Mas com a experiência que houve no passado - a construção da estação do Cais do Sodré – e com o historial de obra adquirido, não há margem para se repetirem erros”, acrescenta o gestor que já desempenhou idênticas funções em infraestruturas de transporte subterrâneas como o “Crossrail” em Londres ou o “SMART Tunnel” em Kuala Lumpur na Malásia.
O contrato atribuído ao consórcio Tecnoplano - Consulgal prevê ainda, além dos viadutos junto à 2ª circular, a reformulação do nó da estação do Campo Grande, bem como todos os trabalhos de acabamento de todas as infraestruturas associadas ao projeto, concursos ainda não lançados pelo Metropolitano de Lisboa.
O primeiro lote entre o Rato e Santos foi adjudicado à Zagope por 48,6 milhões de euros, enquanto a ligação entre Santos e o Cais do Sodré foi atribuída à Mota-Engil por 73,5 milhões de euros. O terceiro concurso relativo aos viadutos no Campo Grande deverá ser executado pela Teixeira Duarte, com o preço de 19,5 milhões de euros.
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