Exclusivo

Economia

Eletricidade: estas são as as novas regras do jogo

Eletricidade: estas são as as novas regras do jogo
GETTY images

Leilão solar vai trazer baterias para Portugal, com mais concorrência, preços negativos e novas oportunidades

Eletricidade: estas são as as novas regras do jogo

Miguel Prado

Editor de Economia

Num futuro mais próximo que distante, Portugal terá um mercado de eletricidade diferente. Com uma crescente incorporação de renováveis, o sistema elétrico passará a contar com baterias de larga escala que acumularão energia quando ela estiver mais barata e a venderão nos picos de consumo e quando as renováveis produzirem menos, funcionando como travão no preço que as centrais termoelétricas a gás natural cobrarão pela sua preciosa disponibilidade. Posto desta forma, poder-se-ia pensar que esta transformação afetará apenas as elétricas. Na verdade, as novas regras do jogo vão chegar a cada um de nós, consumidores de energia, proporcionando uma oportunidade de reduzir a “conta da luz”.

Este novo mercado pode chegar mais rápido do que o próprio sector esperava. Sinal disso é o facto de oito das 13 centrais solares que serão construídas até 2024 ao abrigo do leilão rea­lizado esta semana incluírem 100 megawatts (MW) de baterias, em seis projetos da sul-coreana Hanwha Q Cells, um da Iberdrola e outro da Enel (dona da Endesa). Artur Patuleia, consultor da E3G, organização especializada na área das alterações climáticas e com sede em Londres, nota que “é a primeira vez que projetos de energia solar com baterias não necessitam de qualquer apoio público, e isso é um marco na evolução do processo de descarbonização dos sistemas elétricos”. “Em muitos países europeus, os projetos de baterias têm acesso a apoios públicos através de fundos de inovação ou, como no caso do Reino Unido, a mecanismos de garantia de potência. No caso dos EUA, é atribuído um apoio de 30% do capex [investimento] das baterias”, contextualiza.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mprado@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate