Tal como aconteceu noutros países europeus, as medidas inéditas de combate à pandemia de covid-19, em particular o confinamento obrigatório, mergulharam a economia do Reino Unido na maior recessão desde que há registos.
Os dados do Office for National Statistics (ONS, a autoridade estatística britânica), divulgados esta quarta-feira, indicam que a travagem da atividade, na sequência ao confinamento obrigatório associado ao combate à pandemia de covid-19, levou o Produto Interno Bruto (PIB) a afundar-se 20,4% no segundo trimestre por comparação com os primeiros três meses ano, depois de já ter recuado 2,2% nos primeiros três meses do ano.
Com quedas em dois trimestres consecutivos, o Reino Unido entra, assim, oficialmente em recessão técnica. É a primeira desde 2009.
Apesar de a retoma da atividade ter ganho força em junho, segundo o ONS, a instituição estima que no final desse mês o PIB do Reino Unido era 17,2% mais pequeno do que em fevereiro, ou seja, do que o seu nível pré-pandemia.
Sem surpresas, o ONS indica que abril, mês marcado pelo confinamento mais apertado, foi o mês mais negro para a economia. Já em maio, a economia voltou a crescer por comparação com o mês anterior, com um aumento de 1,8%, acelerando para 8,7% em junho, à medida que o desconfinamento foi tendo lugar.
O impacto da crise já se sente no emprego no Reino Unido. Em julho, havia menos 730 mil trabalhadores a receber salário do que antes da pandemia.
Recorde-se que vários países europeus sofreram quedas históricas no PIB no segundo trimestre, na sequência da pandemia de covid-19. Foi o caso de Portugal, com uma contração de 16,5% em termos homólogos, segundo os dados preliminares já avançados pelo Instituto Nacional de Estatística. Espanha, França e Itália sofreram contrações ainda mais marcadas na comparação homóloga.
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