Economia

"É fundamental pôr dinheiro no bolso das pessoas e garantir que as empresas continuam a laborar”

"É fundamental pôr dinheiro no bolso das pessoas e garantir que as empresas continuam a laborar”
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Projetos Expresso. O impacto da covid-19 na economia está a provocar uma crise tão ou mais grave do que a de 2011-2015. Os desafios de curto e longo prazo, e as soluções, que terão que ser rápidas e eficazes, sob pena do País mergulhar numa crise ainda mais profunda, serão o ponto de partida para a primeira conferência 'Parar Para Pensar', um projeto que junta o Expresso à DECO e à Optimize. Assista em direto amanhã, quinta-feira, através da página de Facebook do Expresso, a partir das 17h

Fátima Ferrão

"É fundamental pôr dinheiro no bolso das pessoas e garantir que as empresas continuam a laborar e a manter os seus negócios e os postos de trabalho". Estas são, para João Duque, economista e professor catedrático no ISEG (Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa), as prioridades no curto prazo para começar a recuperar a economia nacional, afetada pela pandemia . O professor catedrático é um dos convidados da conferência 'Parar para Pensar a Economia', a que se juntam, em ambiente virtual, Joaquim Miranda Sarmento, professor no ISEG, Ricardo Pais Mamede, professor de economia e gestão no ISCTE, e Pedro Lino, CEO da Optimize, empresa que atua na área dos investimentos. A conversa será moderada pela jornalista da SIC Notícias, Marta Atalaya.

Além do impacto direto da pandemia na economia, o debate incluirá outras temáticas relacionadas, e não menos importantes, como a comparação com a crise 2011-2015 e os efeitos devastadores para a classe média e para as famílias, o aumento do desemprego, que já começa a preocupar tendo em conta a quantidade de trabalhadores que já perderam os seus postos de trabalho, e a que se somam os cerca de um milhão em lay-off, ou as fragilidades dos empresários portugueses e a dependência do Estado. A despesa pública e a escolha de investimentos, por vezes polémicos - 1,2 mil milhões de euros para a TAP e 500 milhões para o SNS -, e o futuro que parece ser pouco risonho para os bolsos dos portugueses, serão outros temas em debate.

"É preciso mudar a forma de trabalhar"

Se a curto prazo, a urgência passa por trazer mais liquidez às famílias e aos negócios, a longo prazo a prioridade passa por resolver problemas estruturais, de rentabilidade e de produtividade no tecido económico. "É fundamental alterar posicionamentos e modelos de negócio que permitam às empresas preparar o futuro e avançar", afirma João Duque. "A economia tem que encontrar um equilíbrio entre produtividade, gestão de recursos e ambiente", acrescenta o professor que acredita que só assim será possível às empresas manterem capacidade produtiva que garanta postos de trabalho e negócios sustentáveis.

Ricardo Pais Mamede também não vê motivos para um grande otimismo na recuperação da economia. "O crescimento económico tem problemas estruturais que não foram resolvidos e que dificilmente serão a curto prazo". O professor dá como exemplo o aumento exponencial de postos de trabalho no sector do turismo durante os últimos anos. "A crise veio demonstrar que não podemos depender demasiado de um único sector económico", explica.

Ainda assim, ambos acreditam que existirão oportunidades, tal como sempre acontece em momentos de crise. João Duque acredita que as relações de trabalho terão que mudar, com novas regras que promovam o sucesso e a produtividade, que apostem na formação e na qualificação de recursos, com vista a potenciar uma maior capacidade competitiva num mercado global. Já Ricardo Pais Mamede vê um potencial de crescimento no desenvolvimento de serviços prestados à distância, especialmente no sector das Tecnologias da Informação, tirando partido do reconhecimento que os técnicos nacionais têm no exterior. "Outros sectores mais industriais também poderão beneficiar da deslocalização da produção de algumas multinacionais, da Ásia para a Europa", acredita. Apesar disso, "estas oportunidades dificilmente conseguirão compensar as perdas nos restantes sectores económicos", conclui.

Saiba tudo sobre o projeto 'Parar para Pensar' neste link e acompanhe o debate em direto a partir das 17h de amanhã (18 de junho) no Facebook do Expresso.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

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