Economia

Covid-19. Banco de Inglaterra corta taxa para mínimo histórico

Covid-19. Banco de Inglaterra corta taxa para mínimo histórico
VICTORIA JONES/Getty Images

Numa reunião de emergência, o Banco de Inglaterra, na última reunião presidida por Mark Carney, decidiu, a partir desta quarta-feira, cortar 50 pontos-base na taxa diretora regressando ao mínimo de 0,25% que vigorou em 2016 e 2017. São já 13 os bancos centrais que baixaram as taxas em março em resposta à crise do coronavírus chinês

Numa reunião de emergência realizada na terça-feira, o Banco de Inglaterra (BoE) decidiu por unanimidade cortar a taxa diretora para o mínimo histórico de 0,25%, que entra em vigor esta quarta-feira, anunciou o banco.

O corte de 50 pontos-base é um dos eixos do pacote de política monetária decidido pelo BoE na última reunião a que preside o canadiano Mark Carney, que sai a 15 de março. Os banqueiros centrais britânicos decidiram não esperar pela reunião agendada para 26 de março já sob a presidência de Andrew Bailey.

O BoE regressa à taxa em mínimo histórico que vigorou entre agosto de 2016 e outubro de 2017, em resposta ao triunfo do Brexit no referendo de junho de 2016.

O anúncio das medidas de emergência por parte do banco central é encarado pelos analistas como parte de uma ação coordenada com o governo de Boris Johnson que deverá anunciar também esta quarta-feira um pacote anti-crise do coronavírus no âmbito da apresentação do orçamento para 2020.

A decisão foi tomada um dia antes do Banco Central Europeu reunir o seu conselho para decidir sobre as medidas a tomar face à crise. O BoE avança com medidas também antes das reuniões do Banco do Japão e do Banco Nacional Suíço, que se realizam na próxima semana.

É o 14º banco central a cortar taxas em março em resposta à crise provocada pela projeção global da epidemia do coronavírus de Wuhan. Destacam-se as reduções feitas pela Reserva Federal norte-americana (também numa reunião de emergência onde cortou 50 pontos-base) e pelos bancos centrais da Austrália, Arábia Saudita, Canadá e Hong Kong. Também o Banco Central da Islândia decidiu esta quarta-feira cortar em 50 pontos a taxa.

O BoE decidiu, ainda, descer, pelo menos para os próximos 12 meses, o rácio de capital bancário para garantir o buffer de capital contracíclico de 1% para 0%, o que permitirá libertar 190 mil milhões de libras (€216 mil milhões). Avança, ainda, com um segundo esquema de financiamento para PME - o anterior foi lançado em 2016 - para os próximos 12 meses que poderá envolver 100 mil milhões de libras (€113 mil milhões).

O banco decidiu manter o teto máximo anual de 475 mil milhões de libras (€495 mil milhões) para o programa de compra de dívida (QE, de quantitative easing). Os analistas interpretam esta não mexida como deixando margem para o futuro governador poder ampliar o QE em futura reunião.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate