Covid-19 contagia indústria portuguesa de mobiliário
Maior feira da fileira casa pode ter de ser adiada, por contagio da italiana Salone del Mobile
Maior feira da fileira casa pode ter de ser adiada, por contagio da italiana Salone del Mobile
Jornalista
A Portugal Home Week deverá ser adiada, contagiada pelo Covid-19. A confirmar-se a decisão, será um contágio indireto, via Milão, onde o Salon del Mobile, inicialmente agendado para abril, acaba de passar para junho, mesmo em cima das datas do maior evento nacional da Fileira Casa portuguesa, previsto para os dias 19 a 21, no Porto.
Confrontada com a concorrência da mais importantes feira internacional do sector, com uma centena de expositores, a direção da APIMA, associação que representa a indústria do mobiliário e organiza o evento luso, já convocou " todos os participantes quer da Feira de Milão, quer do Portugal Home Week, no dia 4 de março, pelas 15:00h no Auditório FINSA". "O objetivo do encontro será abordar todas as questões e dificuldades que surjam, bem como apresentar as decisões tomadas relativamente a esta alteração de datas", refere a associação na sua página no facebook, sem qualquer nota oficial sobre um possível adiamento.
Em causa está o facto de muitos participantes da Portugal Home Week quererem estar presentes na feira de Milão, considerada estratégica nos seus contactos de negócios, mas também a certeza de que o evento do Porto, na sua segunda edição, ainda a afirmar-se na cena nacional e internacional, perderá muitos visitantes caso venha a realizar-se na data inicialmente prevista.
Ao Expresso, a direção da APIMA também dá conta de outros sintomas do impacto do virus. “Neste momento apenas temos nota da rutura de stocks de alguns materiais, mas que são suscetíveis de substituição (como é o caso de algumas ferragens)", diz Gualter Morgado, diretor executivo da APIMA.
"As alterações das datas de algumas das Feiras Internacionais, como é o caso do certame de Milão, que se realiza em abril e foi adiado para junho, tem como implicação custos adicionais com perdas em despesas já efetuadas com estadias e viagens que numa parte dos casos não são susceptíveis de ser alteradas ou remarcadas, e algumas companhias aéreas não estão aceitar marcações das viagens para Itália mesmo para junho", acrescenta.
Mesmo assim, faz questão de deixar uma nota positiva: "Ao nível das exportações ainda não temos indicação de cancelamentos de encomendas, esperamos até um aumento da procura de mercados não tradicionais por substituição temporária dos mercados asiáticos", diz o diretor executivo da associação desta fileira, com com exportações de 1,9 mil milhões de euros (+3,7%) em 2019, um registo que é um recorde na década.
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