Covid-19: 20% das empresas já falam de “impacto negativo significativo ou muito significativo”
Quando falam do impacto futuro, a percentagem sobe para 50%, revela um inquérito da Associação Empresarial de Portugal
Quando falam do impacto futuro, a percentagem sobe para 50%, revela um inquérito da Associação Empresarial de Portugal
Jornalista
Um inquérito da AEP, Associação Empresarial de Portugal, junto das empresas associadas para avaliar o impacto do Coronavírus na atividade empresarial é conclusivo: "um quinto mencionam um impacto negativo significativo ou muito significativo". E o quadro agrava-se em relação às perspetivas futuras, com os empresários a mostrarem-se "muito apreensivos" e cerca de 50% a considerar que vai sofrer um impacto negativo, de forma significativa ou muito significativa, na sua atividade.
No inquérito, desenvolvido entre 26 e 27 de fevereiro junto de duas centenas de empresas de diferentes sectores e dimensões, as respostas indicam que apenas 5% das respostas são otimistas, de empresários que "não esperam ter qualquer impacto negativo", diz a associação.
As dificuldades de abastecimento no exterior, em particular de matérias-primas (sobretudo provenientes da China e de Itália), mas também de produtos, a redução de encomendas, o cancelamento ou adiamento de eventos internacionais (por exemplo, feiras), as dificuldades de viagens, o fecho de fábricas de tecnologia e, de um modo mais transversal, a situação de abrandamento económico estão entre os principais constrangimentos apontados pelos empresários.
O inquérito da AEP revelou, ainda, a existência de dificuldades na chegada aos aeroportos nacionais, nomeadamente no regresso de colaboradores que participam em eventos no exterior, que se traduzem na falta de acompanhamento em termos de medidas de precaução/contenção e falta de informação sobre que medidas adotar.
"O inquérito procurou obter informação sobre eventuais impactos positivos, quer atuais quer futuros, tendo as respostas mostrado, inequivocamente, que a esmagadora maioria das empresas não regista e também não espera vir a registar um impacto positivo na sua atividade", diz a associação em comunicado.
A AEP aconselha as empresas lusas a "definirem planos de contingência, com regras específicas aplicadas na sua atividade, a seguirem as recomendações emitidas pela Direção-Geral da Saúde e a estarem atentas às informações prestadas pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças e pela Organização Mundial da Saúde".
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mmcardoso@expresso.impresa.pt