Mário Centeno já se despediu do Eurogrupo, diz Marques Mendes

Comentador político diz que o ministro das Finanças sai em breve e já tem destino: o Banco de Portugal
Comentador político diz que o ministro das Finanças sai em breve e já tem destino: o Banco de Portugal
Jornalista
Mário Centeno já terá avisado os colegas do Eurogrupo que não se recandidatará ao cargo. A sinalização chegou de modo informal aos outros ministros das finanças da zona euro durante uma reunião que teve lugar em janeiro, e será mais uma prova de que o ministro das Finanças está mesmo de saída do cargo, avançou este domingo Marques Mendes, no seu comentário semanal na SIC.
Segundo o comentador político, “Mário Centeno na prática já se despediu no Eurogrupo. Em janeiro comunicou de forma informal aos seu colegas que não era mais candidato”. A notícia não é propriamente novidade, mas confirma a determinação que Mário Centeno tem, há algum tempo, de deixar cargos governativos. Para onde? Marques Mendes não tem dúvidas: "Vai para o Banco de Portugal daqui a uns meses".
Recorde-se que, em entrevista ao Expresso, em dezembro, Mário Centeno já sinalizava a sua intenção de não se manter mais um mandato no Eurogrupo e dizia não ver qualquer conflito de interesses em sair diretamente do ministério das Finanças para o Banco de Portugal: "Não vejo nenhum conflito de interesses. Dou dois exemplos: um dos vice-presidentes do BCE foi ministro das Finanças de Espanha. E o meu colega eslovaco também transitou das Finanças para o banco central", respondeu.
O ministro das Finanças também não veria problema em ir liderar uma entidade que criticou que forma tão veemente durante a sua passagem pelo Governo e à qual quer impor uma reforma da supervisão a contragosto: "Todas as instituições em Portugal têm de acompanhar o desenvolvimento do país, todas". E nem todas o têm feito, dizia. Na altura os exemplos não passavam de uma resposta abstrata a um cenário teórico, mas indicam uma predisposição em passar direto do Terreiro do Paço para a Rua do Comércio.
Durante o seu comentário Marques Mendes aludiu ainda ao último discurso que o ministro das Finanças fez no Parlamento, a propósito do Orçamento do Estado para 2020, para dizer que não foi marcante, "não lhe saiu bem", até porque "a humildade não é o forte dele". E alertou que os “problemas de governabilidade estão a surgir mais rápido do que se julga”.
A aprovação do orçamento não passou de uma "vitória pífia" do Governo e do PS e corre o risco de sinalizar que este é "o princípio do pântano". Daí que, “ou António Costa tira um coelho da cartola e faz uma nova geringonça ou vai ter problemas terríveis no Orçamento do Estado para 2021” e enfrentará um cenário “crítico, crítico” em 2022”. É aí que o Governo pode cair, antecipa.
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