Centeno corta previsão do PIB para 1,9% e sobe taxa de desemprego para 6,1%
Consumo e exportações crescem menos do que o inicialmente esperado no esboço orçamental entregue a Bruxelas.
Consumo e exportações crescem menos do que o inicialmente esperado no esboço orçamental entregue a Bruxelas.
jornalista
O cenário macroeconómico que sustenta a previsão de receitas e de despesas da proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2020 é de manutenção da taxa de crescimento da economia portuguesa nos 1,9% em 2019 e 2020.
Recorde-se que no esboço orçamental que submetera à Comissão Europeia no passado mês de outubro, a equipa de Mário Centeno acreditava que o PIB acelerasse de 1,9% em 2019 para 2% em 2020.
Apesar deste corte na meta do crescimento económico, os 1,9% agora inscritos no OE2020 superam todas as projeções conhecidas para o desempenho da economia portuguesa no próximo ano. Em outubro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) projetou um crescimento de 1,6% e o Conselho das Finanças Públicas 1,7%. Em novembro, a Comissão Europeia previu 1,7% e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) 1,8%.
O investimento e as exportações serão o principal motor da economia portuguesa no próximo ano.
De facto, o ministério das Finanças acredita que a taxa de crescimento das vendas de bens e serviços nacionais ao estrangeiro possa acelerar de 2,5% em 2019 para 3,2% em 2020. No esboço orçamental de outubro, previa uma aceleração de 2,9% em 2019 para 3,9% em 2020.
Já o investimento deverá crescer 5,4% em 2020, embora em abrandamento face aos 7,3% de 2019. No esboço orçamental, a previsão era um abrandamento de 8,2% em 2019 para 5% em 2020.
Quanto à taxa de crescimento do consumo privado, esta deverá abrandar de 2,2% em 2019 para 2,0% em 2020. No esboço orçamental, o ministério das Finanças chegou a prever um crescimento de 2,1% para 2020.
Quanto o consumo público, este deverá crescer 0,8% em 2020 contra 0,6% em 2019, quando no esboço orçamental se previa a manutenção da taxa de crescimento nos 0,9% em ambos os anos.
Já as importações de bens e serviços ao estrangeiro deverão crescer 4,4% em 2020, contra 5,2% em 2019. Contudo, este abrandamento é menos pronunciado do que o previsto no esboço orçamental: 5,4% em 2019 para 4,1% em 2020.
Quanto ao mercado de trabalho, a taxa de desemprego deverá descer de 6,4% em 2019 para 6,1% em 2020. No esboço orçamental, o governo estava mais otimista já que em outubro previa uma descida da taxa de desemprego de 6,3% em 2019 para 5,9% em 2020.
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