Economia

Zona euro “com poucas perspetivas de recuperação nos próximos dois anos”

Zona euro “com poucas perspetivas de recuperação nos próximos dois anos”
AFP/Getty Images

Economic Outlook da OCDE, publicado esta quinta-feira, antecipa que o crescimento na zona euro vai abrandar ainda mais no próximo ano e permanecer muito modesto até 2021. Evolução da economia alemã penaliza espaço da moeda única

São más notícias para Portugal. A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) projeta que o crescimento na zona euro permaneça fraco nos próximos dois anos, "com poucas perspetivas de recuperação".

O último Economic Outlook da organização, publicado esta quinta-feira, aponta para uma expansão da economia da zona euro de 1,2% este ano, um valor muito abaixo dos 1,9% registados em 2018. E, para 2020 e 2021, o cenário não é animador. A expansão do PIB deve até abrandar ligeiramente no próximo ano, quando deve ficar por 1,1%, chegando aos 1,2% em 2021.

São números que puxam para baixo o crescimento português, já que a zona euro é decisiva na procura externa dirigida à economia nacional. A projeção da OCDE é um abrandamento da economia portuguesa no próximo ano.

Ao mesmo tempo, caso se confirmem, significam que Portugal vai continuar a crescer acima da média dos parceiros da moeda única até 2021, prosseguindo o processo de convergência.

A explicação está em vários fatores que vão penalizar o crescimento europeu. Com destaque para um crescimento modesto na procura externa, num contexto de tensões comerciais e incerteza a nível global. Fatores que, para a OCDE, "vão limitar a recuperação das exportações e do investimento empresarial".

Ao mesmo tempo, a OCDE espera que a poupança das famílias continue a crescer, "enfraquecendo ainda mais as perspetivas para o crescimento da procura".

A Alemanha é uma variável-chave nesta equação. Com o 'motor' da zona euro em rotação muito baixa - a OCDE aponta para crescimentos de apenas 0,6% este ano, 0,4% em 2020 e 0,9% em 2021 - as perspetivas de aceleração da zona euro ficam, à partida, muito limitadas.

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