Economia

Saiba quais são os países com Vistos Gold mais atrativos

16 novembro 2019 13:22

Vítor Andrade

Vítor Andrade

Coordenador de Economia

lockiecurrie/getty

Bastam €500 mil para investir num imóvel e garantir a autorização de residência. O programa ajudou o país a sair da crise. Resta saber que consequências tem no mercado imobiliário

16 novembro 2019 13:22

Vítor Andrade

Vítor Andrade

Coordenador de Economia

Na última década, a União Europeia deu as boas-vindas a mais de 6 mil novos cidadãos e quase 100 mil novos residentes, através de programas de investimento. Espanha, Hungria, Letónia e Portugal foram os campeões das estatísticas, atribuindo cada um mais de dez mil vistos. À exceção da Áustria e de Malta, nenhum dos quatro principais países de destino revela dados sobre os seus investidores. “Sete dos países com vistos gold não revelam o investimento que conseguiram captar”, refere o último relatório da Transparency International, que estima uma entrada total de €25 mil milhões em investimento estrangeiro direto.

O programa de vistos gold teve origem nos anos 90, através da consultora Henley & Partners, cujo negócio é vender legalmente passaportes, autorizações de residência e cidadania. A empresa tem uma sede em Portugal, mas sem atividade conhecida. “A perceção que temos é de que está tudo capturado pelos escritórios de advogados portugueses”, disse ao Expresso, João Paulo Batalha, da Transparência e Integridade. João Massano, jurista, da sociedade de advogados ATMJ, que trata também destes vistos, defende que o programa — tal como o turismo — foi responsável pela recuperação económica numa crise das mais agudas que o país atravessou.

“Só foi possível porque houve um grande investimento imobiliário”, afirmou o advogado ao Expresso, reconhecendo, no entanto, os riscos que estão subjacentes a estes processos. “A questão da origem dos fundos é a mais relevante e sensível. Mas não nos podemos esquecer de quem está em melhores condições para controlar a sua proveniência. Essa entidade deve ser o banco, aí, sim, deveríamos ter uma malha mais apertada. O SEF não tem os meios nem a capacidade”, conclui o advogado.