China alerta para impacto na economia mundial caso EUA restrinjam investimentos

O aviso surge na véspera de uma nova ronda negocial entre representantes da China e EUA, que visam pôr fim a uma guerra comercial que dura há mais de um ano
O aviso surge na véspera de uma nova ronda negocial entre representantes da China e EUA, que visam pôr fim a uma guerra comercial que dura há mais de um ano
A China alertou hoje para o impacto na economia global caso Washington decida restringir os investimentos entre os dois países, incluindo proibir empresas chinesas de se listarem nas praças financeiras norte-americanas.
O ministério chinês dos Negócios Estrangeiros apelou ainda aos Estados Unidos para que cheguem a um acordo que ponha fim à guerra comercial entre Pequim e Washington, que está a afetar a economia mundial.
As principais praças financeiras mundiais registaram perdas após vários media norte-americanos avançarem que a administração de Donald Trump está a considerar restringir os laços de investimento com a China.
Entre as opções referidas consta a proibição de investimentos em empresas chinesas por fundos de pensões do governo norte-americano ou a proibição de empresas chinesas se listarem nas praças financeiras dos Estados Unidos.
Mais de 150 firmas da China, com uma capitalização de mercado total de 1,2 bilião de dólares, estão listadas nas maiores bolsas de valores dos Estados Unidos, segundo dados da Comissão de Revisão Económica e Segurança EUA-China, citados pela imprensa norte-americana.
Pelo menos 11 daquelas empresas são detidas pelo Estado chinês.
"Exercer pressão extrema e tentar forçar a fragmentação das relações [económicas e comerciais] entre China e EUA definitivamente prejudicará os interesses das empresas e pessoas nos dois países, causará turbulências no mercado financeiro e ameaçará o comércio internacional e o crescimento da economia mundial", advertiu Geng Shuang, porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros.
As notícias surgem nas vésperas de nova ronda negocial entre representantes da China e EUA, que visam pôr fim a uma guerra comercial que dura há mais de um ano.
Os dois lados anunciaram recentemente medidas conciliatórias, incluindo anular ou adiar a imposição de mais taxas alfandegárias sobre bens importados um do outro, mas não há sinais de progresso no sentido de resolver as principais disputas.
Observadores consideram que pode haver um acordo temporário em breve, mas que um acordo permanente é improvável.
"Esperamos que os Estados Unidos trabalhem com a China para aprofundar a cooperação económica, comercial e financeira entre os dois países", afirmou Geng.
Os governos dos dois países impuseram já taxas alfandegárias sobre centenas de milhares de milhões de dólares de bens importados um do outro, numa guerra comercial que começou no verão passado.
Em causa estão os planos de Pequim para o setor tecnológico, que visam transformar as firmas estatais do país em importantes atores globais em setores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos.
Os EUA consideraram que aquele plano, impulsionado pelo Estado chinês, viola os compromissos da China em abrir o mercado, nomeadamente ao forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia e ao atribuir subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa.
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