
Operação com passadeira vermelha. Não se esperam para já grandes mudanças, nem entraves dos reguladores
Operação com passadeira vermelha. Não se esperam para já grandes mudanças, nem entraves dos reguladores
Jornalista
Editor-adjunto de Economia
A compra da Media Capital pela Cofina, confirmada no sábado passado, está a avançar. Paulo Fernandes, presidente da Cofina, já esteve esta semana nas instalações da TVI, em Queluz de Baixo, a conhecer os cantos à casa. Um sinal de confiança de que o negócio terá luz verde dos reguladores. E na realidade não se esperam grandes entraves, nomeadamente da Autoridade da Concorrência (AdC) — no conjunto, somando TVI, TVI24 e CMTV, o share do novo grupo passaria a ser de 23,1%. O peso que o grupo passará a ter no mercado publicitário é grande, mas para a Cofina não será suficiente para levar à aplicação de remédios agressivos por parte da AdC. E, para já, também não haverá grandes mexidas ao nível da redação — Sérgio Figueiredo deverá manter-se como diretor de informação.
Paulo Fernandes é conhecido pelo seu perfil de negociador agressivo e a compra da Media Capital veio demonstrar que na verdade assim é — pelo menos é o que revelam os números. A Altice tinha oferecido pela Media Capital €440 milhões, dois anos depois a Cofina compra a proprietária da TVI por €255 milhões (dívida incluída). O que mudou entretanto? Os resultados da Media Capital degradaram-se este ano — a TVI perdeu a liderança, na sequência da contratação de Cristina Ferreira pela SIC, e o sector como um todo continua sob forte pressão. Em 2018, a Media Capital teve um EBITDA (meios libertos operacionais) de €40,2 milhões, e neste primeiro semestre este indicador esteve mais pressionado, ficou nos €14,2 milhões. Além disso, os concorrentes da Altice contestaram a oferta feita por este grupo francês considerando que ela era muito elevada porque pressupunha a utilização da TVI para restringir a concorrência barrando o acesso aos conteúdos.
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