Economia

Novo Banco perdoa €25 milhões à Malo Clinic

Paulo Maló
Paulo Maló
António Pedro Ferreira

O Processo Especial de Revitalização da Malo Clinic, de Paulo Maló, estabelece um perdão superior a 40 milhões de euros levando os credores a perderem 90% dos seus créditos. O Novo Banco perdoará mais de metade desse valor, avança o Jornal de Negócios

O Novo Banco vai perdoar cerca de €25 milhões de euros à Malo Clinic. No acordo extrajudicial da clinica dentária, firmado em sede de Processo Especial de Revitalização (PER) e que está em vias de homologação, o Novo Banco, que é o maior credor detendo quase 80% do total de créditos sobre a empresa, aceita perdoar cerca de metade de uma dívida de mais de 51 milhões de euros, avança o Jornal de Negócios na edição desta quinta-feira.

A Malo Clinic tem uma dívida total de 67,5 milhões de euros, mas conseguiu obter um perdão superior a 40 milhões de euros, com os credores comuns a assumirem perdas de 90% nos seus créditos. Contactada pelo Negócios, fonte oficial do Novo Banco recusou comentar "casos concretos". Mas deixou uma nota: "O Novo Banco tenta com o seu voto apoiar, quando possível, soluções que preservem os postos de trabalho e a atividade de empresas em processo de recuperação."

Além do Novo Banco, da lista de 90 credores faz também parte o Banco Nacional Ultramarino, detido pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), que só deverá recuperar 10% dos 6,9 milhões de euros que lhe são devidos. Com este perdão de mais de €40 milhões, o grupo de medicina dentária, que foi adquirido pela capital de risco Atena, fica com um passivo de 27 milhões, com o grupo estatal Caixa e os restantes credores comuns a perderem 90% dos seus créditos.

Tal como o Expresso tinha avançado, a Malo foi comprada pela entidade especializada em recuperações de empresas, a Atena Equity Partners, que vai ali colocar 4 milhões de euros. Para já, contudo, a empresa está sob administração judicial para poder empreender um processo especial de revitalização (PER).

O PER servirá para conseguir negociar com os credores a sua recuperação, estabelecendo conversações com todos eles ao mesmo tempo. É um instrumento a usar por uma empresa que, como diz o Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas (CIRE), estejam “em situação económica difícil ou em situação de insolvência meramente iminente, mas que ainda seja suscetível de recuperação”.

Neste plano, além da redução de dívida, dar-se-á também o fecho de clínicas. Apesar de referir que os problemas se prendem com a operação internacional – onde está presente em 25 países –, haverá encerramento de clínicas em Portugal. Sintra, Guimarães e Loulé passam a ser servidas por Lisboa, Porto e Faro ou Portimão, respetivamente.

Apesar da mudança, Paulo Maló continua na atividade clínica, ainda que deixando de ser acionista.

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