16 agosto 2019 10:13

clara azevedo
A negociação das ações da Cofina e da Media Capital continua suspensa, apesar das empresas já terem confirmado a existência de "negociações exclusivas".
16 agosto 2019 10:13
A negociação em bolsa das ações da Cofina, a empresa de media dirigida por Paulo Fernandes e detentora de títulos como o Correio da Manhã, e da Media Capital, dona da TVI, continua suspensa.
No caso da Media Capital, o efeito é irrelevante porque a dispersão de capital é muito reduzida e a última transação ocorrera a 23 de julho.
A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) mantém a suspensão, apesar das duas empresas já terem divulgado ao mercado a existência de "negociações exclusivas" visando a aquisição da Media Capital pelo grupo de Paulo Fernandes.
Na quarta-feira, a CMVM decretara a suspensão até que as empresas envolvidas se pronunciassem sobre " factos relevantes" para os investidores e a formação do seu preço em bolsa.
Se a informação prestada ao mercado pela Cofina e Prisa, o grupo espanhol que controla Media Capital, fossem satisfatórias, a CMVM teria esta sexta-feira levantado a suspensão. Mas, tal não aconteceu.
Contactada pelo Expresso, a CMVM diz apenas que uma suspensão deste tipo "ocorre pelo tempo estritamente necessário à regularização da situação que lhe deu origem". Ou seja, se a suspensão permanece é porque a situação não está esclarecida nem regularizada.
Segundo um operador de mercado "a informação prestada não dissipa todas as dúvidas, em especial se a Cofina está sozinha ou aliada a Isabel dos Santos, como algumas notícias dão conta".
Cofina e Prisa limitaram-se a confirmar as "negociações exclusivas" para uma eventual transação.
A divulgação das negociações fizera disparar a cotação das ações da Cofina que, valorizara, até à suspensão, 6,7% (44,5 cêntimos).
A empresa perdeu nos últimos 12 meses um terço do seu valor em bolsa. A atual capitalização é de 45 milhões, superando a da Impresa, dona da SIC, que vale 41 milhões.
A Impresa tem beneficiado destas movimentações e esta sexta-feira valoriza mais de 3%.
Já a Media Capital, com uma dispersão muito reduzida, registara a última transação a 23 e julho (1,89 euros) e apresenta uma capitalização bolsista de 159 milhões de euros.
A Prisa tomou conta da Media Capital (TVI, Rádio Comercial e produtora Plural) em 2005, 10 anos depois da constituição da Cofina, como holding de media. Em 2017, o conglomerado espanhol fechou um acordo de venda da operação portuguesa ao grupo Altice por 440 milhões de euros, mas a Autoridade da Concorrência inviabilizou o negócio. Uma eventual compra pela Cofina não suscitará grandes objeções no plano da concorrência, mas levara, porventura, à fusão de canais e a despedimentos.