O dólar fechou esta quarta-feira a valer 7,06 yuans, o câmbio mais alto desde março de 2008. Em relação a 2 de agosto, o dólar já se valorizou 1,7% face ao yuan.
O valor de fecho desta quarta-feira está dentro da margem de flutuação de 2% do câmbio oficial que foi esta quarta-feira fixado pelo Banco Popular da China (PBOC, no acrónimo em inglês) em 6,9996 yuans, já muito próximo da barreira psicológica dos 7 yuans por dólar.
Pequim alega que a depreciação da moeda chinesa face ao dólar é fruto das pressões do mercado e que o PBOC não está a fazer uma "gestão" política do câmbio em resposta à escalada da Administração Trump na guerra comercial. Recorde-se que a 1 de agosto, o presidente norte-americano anunciou num tweet a imposição de uma taxa de 10% a partir de 1 de setembro sobre o resto das importações vindas da China que ainda não tinham sido sujeitas a medidas protecionistas desde o verão do ano passado.
O mercado de câmbios reagiu na segunda-feira seguinte com uma subida do dólar acima do limiar psicológico dos 7 yuans, fechando a 5 de agosto em 7,05 yuans, pela primeira vez em onze anos. Uma valorização do dólar em 1,6% face à moeda chinesa.
A moeda chinesa tem vindo a depreciar-se face ao dólar desde janeiro de 2014, quando uma nota com o rosto de Washington valia 6,05 notas com o rosto de Mao. Agora, mais de cinco anos depois, o dólar vale mais uma nota chinesa de 1 yuan, o equivalente a uma apreciação de 16,5% do dólar face à moeda chinesa. Contudo, o yuan tinha-se valorizado desde fevereiro de 1994 até janeiro de 2014. O dólar depreciou-se face ao yuan na ordem de 30% naquele período de 20 anos, caiu de 8,7 para 6,05 yuans.
A Secretaria de Tesouro norte-americana reagiu ao movimento de segunda-feira decretando que a China passou a ser um país "manipulador de divisa", o único com essa classificação na lista negra norte-americana.
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