Banco do Grupo Amorim é um dos interessados na CGD no Brasil
Caixa Geral de Depósitos espera que Governo escolha já este mês quais os interessados que vão passar à segunda fase do processo de venda do Banco Caixa Geral Brasil
Caixa Geral de Depósitos espera que Governo escolha já este mês quais os interessados que vão passar à segunda fase do processo de venda do Banco Caixa Geral Brasil
Jornalista
O Banco Luso Brasileiro, de que o Grupo Amorim detém 43%, é um dos interessados na compra do banco que a Caixa Geral de Depósitos tem no Brasil, sabe o Expresso. A entidade liderada por Paulo Macedo acredita que, até ao final deste ano, poderá haver uma decisão final para a venda do Banco Caixa Geral Brasil.
O Governo deu um novo passo na venda do banco da Caixa Geral de Depósitos no Brasil, ao aprovar, esta quinta-feira, 1 de agosto, o caderno de encargos para a alienação da instituição financeira, já muito mais atrasada que as transações de Espanha e África do Sul, que começaram ao mesmo tempo, mas onde já há um comprador escolhido e a aguardar autorizações.
Esta aprovação pelo Conselho de Ministros ocorreu depois de recolhidas as intenções dos potenciais interessados. E o Expresso sabe que o brasileiro Banco Luso Brasileiroé um dos que se mostrou disponível para a compra.
Fundado em 1988, o Banco Luso Brasileiroconta, desde 2011, com a participação do Grupo Amorim, que é dono de 43% do capital. É esta mesma participação que tem o grupo brasileiro Ruas, de comércio de transportes coletivos, automóveis e camiões. A restante parcela está nas mãos do fundador, o grupo Tavares de Almeida.
O banco – centrado em empresas de média dimensão e no segmento de transportes coletivos – consegue registar lucros há cinco anos, mas, como o Jornal de Negócios escreveu em julho, o Grupo Amorim ainda não conseguiu tirar dividendos da instituição financeira brasileira.
Contactada, a “holding” não quis comentar e remeteu para o Banco Luso Brasileiro, que não respondeu até ao momento.
A CGD não comenta nomes de interessados nem refere quantos são. Paulo Macedo, na conferência de resultados, anunciou que esperava que, mantendo-se os interessados já em cima da mesa, poderia haver uma “tensão competitiva”. O preço, a ausência de condicionantes, o projeto estratégico e a idoneidade são critérios para a escolha do comprador, segundo já definido pelo Governo.
Nestes processos, há um período para a fase de apresentação de propostas não vinculativas, seguindo-se depois para as ofertas vinculativas. “A Caixa já fez uma recomendação ao Governo de quais as entidades que, de acordo com os critérios do decreto-lei, propõe que sejam selecionadas/admitidas à segunda fase do concurso. A expetativa é que isso possa ser decidido durante o mês de Agosto”, assume a instituição financeira ao Expresso.
Fica, depois, um grupo mais restrito. “Depois inicia-se uma fase para due diligence [auditoria], que culminará com a apresentação de propostas vinculativas pelos interessados selecionadas/admitidas, ao que se seguirá uma apreciação e recomendação sobre a decisão definitiva de a quem vender”, acrescenta.
Tendo em conta o regime de alienação das participações do banco público, é do Governo que sai a decisão final sobre o escolhido, ainda que a administração da CGD faça também uma proposta. “A expetativa é que a venda possa estar decidida até ao final do ano, sujeita a autorizações regulatórias”, indica o banco.
Desde o final de 2017 que a operação de venda tinha dado o tiro de partida. Mas, ao contrário de Espanha e África do Sul, o processo foi-se atrasando devido à situação política e económica no Brasil.
A alienação de participações internacionais é uma obrigação do plano estratégico negociado em 2017 entre o Estado e a Comissão Europeia.
(Notícia corrigida às 12.16 para retificar a referência errada ao nome do banco)
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