O leilão que terminou esta segunda-feira (saiba AQUI tudo sobre este evento histórico) permitirá ligar à rede 1400 MW de nova capacidade solar, mas os preços historicamente baixos verificados nesta licitação apenas se aplicarão a alguns dos lotes. Em todo o caso, o leilão foi desenhado para que nenhum projeto tenha um custo para o sistema superior a 45 euros por cada MWh que venha a ser produzido.
Os 1400 MW agora leiloados, a ser construídos no prazo de 3 anos (os promotores que não o cumpram perderão as respetivas cauções, de 60 mil euros por MW), cobrirão apenas uma parte do consumo elétrico nacional durante o dia.
Outra parte do consumo diário, e ainda do consumo noturno, virá de outros produtores (eólicos, hídricos, centrais a gás natural, entre outros), que terão níveis de remuneração diferentes (e previsivelmente superiores aos agora atribuídos a estes novos produtores solares).
Em todo o caso, os preços agora assegurados no leilão deverão beneficiar os consumidores nacionais por duas vias.
Por um lado, os produtores que tenham ganho lotes na modalidade de tarifa garantida venderão a energia durante 15 anos a menos de 45 euros por MWh (abaixo do atual preço de mercado da eletricidade, que ultrapassa os 50 euros por MWh).
Por outro lado, os produtores que tenham ganho na modalidade de compensação ao sistema elétrico, embora sejam livres de contratar no mercado a tarifa de venda que queiram, pagarão anualmente ao sistema elétrico uma contrapartida pré-determinada pela energia produzida, sendo esse montante usado para abater nas tarifas de acesso pagas pelos consumidores portugueses.
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