Economia

Arresto sobre obras da colecção Berardo. “Não comentamos coisa nenhuma”, posiciona-se BCP

Arresto sobre obras da colecção Berardo. “Não comentamos coisa nenhuma”, posiciona-se BCP
ANTÓNIO PEDRO SANTOS/Lusa

"Tudo faremos e fazemos para cobrar as dívidas ao BCP. Quando digo tudo é tudo dentro dos limites da lei e da ética". Palavras de Miguel Maya no dia em que o Público noticia que foi aceite a penhora sobre a coleção de arte de Joe Berardo

Arresto sobre obras da colecção Berardo. “Não comentamos coisa nenhuma”, posiciona-se BCP

Diogo Cavaleiro

Jornalista

Os bancos colocaram uma ação judicial com vista ao arresto das obras de arte da colecção Berardo que estão expostas no Centro Cultural de Belém. O Banco Comercial Português é um deles. O jornal Público diz que a execução sobre a colecção foi já aceite pela justiça. Ainda há tempo para resposta. Mas a instituição financeira recusa-se a comentar. Miguel Maya, o presidente executivo, diz apenas que tudo o que o banco faz é dentro da lei.

“Não comentamos coisa nenhuma”, respondeu o CEO do banco na conferência de imprensa de apresentação dos resultados semestrais, que cresceram 13% no primeiro semestre. “O BCP sabe de muita coisa e acompanhamos de forma muito intensa”, mas mais Miguel Maya não diz.

O presidente executivo da instituição financeira, um dos três grandes credores de José Berardo (que reclamam 962 milhões de euros ao empresário), recusou comentar as conversas que os bancos tiveram com membros do Governo, nem tão pouco as diligências seguidas.

“Tudo faremos e fazemos para cobrar as dívidas ao BCP”, comentou. “Quando digo tudo é tudo dentro dos limites da lei e da ética”, continuou.

O BCP juntou-se à CGD e Novo Banco num processo de execução de 962 milhões visando ficarem com a colecção de obras de arte que estão expostas no CCB por conta de um acordo entre Berardo e o Estado português. Essa colecção era a principal garantia das suas dívidas.

Foi nesse âmbito que já houve uma decisão favorável aos bancos, que decretou a efetiva penhora daquela colecção, de acordo com o jornal Público. Recebendo-as, as instituições financeiras terão, segundo a mesma publicação, colocado nas mãos do Estado as obras de arte na sequência desta decisão judicial.

Só que haverá agora espaço para a reação de Berardo.

Nas últimas semanas, a Caixa tem conseguido aprovações de providências cautelares, que já arrestaram não só a morada de Berardo, em Lisboa, como também o domicílio fiscal, no Funchal.

(Notícia corrigida às 19.21 com pormenores da ação judicial colocada pelos bancos)

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: dcavaleiro@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate