Economia

Centeno diz que operação de dívida na China é “passo positivo”

Centeno diz que operação de dívida na China é “passo positivo”
MÁRIO CRUZ/Lusa

Com juros negativos até 5 anos nas obrigações em euros, Mário Centeno diz à cadeia norte-americana CNBC que a colocação de obrigações ‘Panda’ a 3 anos em moeda chinesa que está a decorrer esta quinta-feira na China “é um passo positivo”. A Bloomberg adiantou que o cupão se deverá situar entre 3,9% e 4,5%

Portugal está esta quinta-feira a realizar uma colocação de dívida em moeda chinesa. A Bloomberg adiantou que deverá fechar com um cupão no intervalo entre 3,9% e 4,5%. Trata-se de “um passo positivo na gestão da dívida externa portuguesa no médio prazo”, disse o ministro das Finanças Mário Centeno à cadeia norte-americana CNBC. A operação que está a ser levada a cabo pelo Banco da China e pelo HSBC pretende emitir 2000 milhões de renminbi (a divisa chinesa), cerca de €260 milhões, em obrigações Panda a 3 anos.

Segundo a Global Capital, esta operação no mercado obrigacionista interbancário chinês, dirige-se a investidores institucionais tanto no on-shore como no off-shore, incluindo o uso da plataforma Bond Connect, lançada em 2017, que permite a investidores adquirirem obrigações tanto no mercado da China como de Hong Kong.

É um montante modesto, inferior a qualquer um dos leilões de obrigações em euros realizado pelo Tesouro português desde o resgate e num momento em que as obrigações em euros registam taxas negativas até ao prazo de 5 anos. Este mês, as Filipinas colocaram 2500 milhões de renminbi (€324 milhões) com um cupão de 3,9% numa operação similar.

Até à data, da Europa, apenas a Polónia, a primeira a emitir estas obrigações logo em 2016, e a Hungria, já por duas vezes, em 2017 e 2018, se aventuraram neste mercado. Lisboa conseguiu passar à frente de Viena que, desde abril, prepara, também, uma emissão de obrigações Panda por parte da Áustria. No final do ano passado, as obrigações 'panda' somavam 200 mil milhões de renminbi (€26 mil milhões), uma migalha de 0,3% no mercado obrigacionista chinês, que é o terceiro em valor, a seguir aos EUA e Japão.

A operação é de pequeno montante no conjunto de quase 16 mil milhões de euros que o IGCP vai colocar este ano em obrigações, sobretudo em euros.

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