Economia

Carlos Tavares nega divisões no Banco Montepio

Carlos Tavares nega divisões no Banco Montepio
António Pedro Ferreira

A administração e comissão executiva do Banco de Empresas Montepio (BEM) através de comunicado "repudiam qualquer tentativa de criação artificial de divisões" relativa à criação do banco de empresas e prometem "usar todos os meios legais no sentido de identificar e punir" quem violou o segredo bancário

Carlos Tavares nega divisões no Banco Montepio

Isabel Vicente

Jornalista

O conselho de administração e a comissão executiva do Banco Montepio, liderados por Carlos Tavares e Dulce Mota respectivamente, sublinham em comunicado que "repudiam qualquer tentativa de criação artificial de divisões a propósito de uma iniciativa que constitui um elemento crucial do plano de transformação e que fará a diferença da atuação do Grupo Montepio no segmento das empresas".

O comunicado surge na sequência de noticias sobre algum mal-estar dentro do Banco Montepio relativamente à criação do BEM e aos objetivos da mesmo. As notícias veiculadas pela imprensa sugerem que o BEM iria tirar ao Banco Montepio os melhores clientes, o que deterioraria o balanço da instituição e favoreceria o do BEM. Mais ainda, que Carlos Tavares pretendia ser presidente executivo no BEM, em acumulação com o cargo de não executivo no Montepio, coisa que, como noticiou o Expresso, não é admitido pelo Banco de Portugal.

Segundo o comunicado de Carlos Tavares e Dulce nada disto tem fundamento. Dizem que está em execução "um extenso e profundo plano de transformação, que visa dotar o banco de maior eficiência, modernidade e foco na qualidade dos serviços prestados aos clientes", um plano desenhado por Carlos Tavares que até fevereiro acumulou a presidência executiva e não executiva do banco. É neste enquadramento que o banco tem necessidade de comunicar que "como em todos os processos de mudança, é normal que alguns interesses instalados reajam e resistam à mudança, recorrendo à transmissão na comunicação social de informação falsa, distorcida e mesmo em violação da lei. Isso não demoverá naturalmente o Conselho de Administração - e a Comissão Executiva em particular - de continuar a aplicar o referido plano com a mesma determinação e solidariedade entre os seus membros". Ou seja, repudiando que haja divergências quanto ao plano em execução.

O BEM que é detido a 100% pelo Banco Montepio, visa segundo a administração trazer uma " lógica de grupo e de complementaridade e especialização de serviços. O Banco de Empresas Montepio representa um desenvolvimento original, na medida em que permite ao Grupo Banco Montepio prestar um serviço completo e integrado às empresas que carecem de um apoio bancário que vá para além das formas tradicionais de financiamento. Com o Banco de Empresas Montepio, o Grupo Montepio reforça uma posição na banca de empresas, corresponde aos anseios dos empresários e contribui para o desenvolvimento da economia e das empresas nacionais". Sublinhando que "são estes - e não quaisquer outros – os objetivos da criação do Banco de Empresas Montepio".

Por fim o banco liderado por Dulce Mota ainda que interinamente, já que a mesma ainda não foi formalmente nomeada para o cargo de presidente executiva, refere ainda que "para além da transmissão falsa e distorcida de informações internas, verificou-se a publicação por um jornal de dados de natureza comercial que, a existir, só podem ter sido obtidos com violação grosseira do sigilo bancário, ao expor, com erros, suposta informação sobre clientes".

Em tom de ameaça, o o conselho de administração do Montepio diz que "não deixará de usar todos os meios legais disponíveis - incluindo de natureza judicial - no sentido de identificar e punir os responsáveis pela violação dos deveres de sigilo bancário e profissional, bem como o de obter o devido ressarcimento pelos danos reputacionais causados".

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: IVicente@expresso.impresa.pt

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