Economia

Impedido de continuar com a KPMG, Banco Montepio escolhe a PwC

Impedido de continuar com a KPMG, Banco Montepio escolhe a PwC
António Pedro Ferreira

Comissão de auditoria do Banco Montepio não colocou no topo das preferências nenhuma “outsider” das “big four”. PwC, que oferece preço mais competitivo, é a proposta

Impedido de continuar com a KPMG, Banco Montepio escolhe a PwC

Diogo Cavaleiro

Jornalista

Impedido pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários de renovar com a KPMG, o Banco Montepio prefere a PwC para sua sucessora enquanto auditora. A preferência da comissão de auditoria, que tem agora de ser validada em assembleia-geral, existe quando o critério preço é o mais “competitivo”. A decisão final é tomada a 27 de maio.

“A PwC foi a empresa de auditoria mais bem avaliada pela comissão de auditoria”, indica a proposta da comissão de auditoria do banco liderado por Dulce Mota para a eleição o revisor oficial de contas para o triénio 2019-2021, que terá lugar de ser deliberada na assembleia-geral agendada para 27 de maio.

É portanto desejo desta comissão de auditoria que seja a PwC, a segunda maior empresa de auditoria do mundo (ainda que seja a maior no setor financeiro), designada para a instituição do grupo mutualista, superando a Deloitte, que é a maior empresa das chamadas “big four” (conjunto das quatro maiores empresas, que junta ainda a KPMG e a EY), confirmando-se uma notícia já dada pelo Eco.

Um dos pontos para a preferência é que a PwC “tem experiência comprovada na gestão de processos de transição de auditores em grandes entidades do setor financeiro, nomeadamente no Banco BPI (2018), Santander Totta (2016), Bankinter (2016), Crédito Agrícola (2015) e Novo Banco (2014)”. Apesar disso, também a Deloitte tem “sucesso” em processos de transição de auditor, até “em concreto de cientes previamente auditados pela KPMG”, que é a atual auditora do Banco Montepio.

“Experiência e qualificação” e “grau de compreensão do funcionamento do grupo Caixa Económica Montepio Geral, fruto da participação no grupo com mais de 25 mil horas de trabalho realizado durante os últimos sete anos” também fazem parte dos critérios de eleição.

“Relativamente à proposta de honorários, foi o preço mais competitivo, seguido de muito perto de outro concorrente”, comenta ainda a proposta. Já a Deloitte tem um preço “menos competitivo”, ainda que fosse a melhor “no critério dos recursos humanos”.

Para este cargo, a comissão de auditoria fez convites a mais três empresas: BDO, EY e Mazars. Ficaram fora das preferências as duas que estão fora das mundialmente conhecidas como “big four”.

Desde 2015, a lei obriga à rotação de auditores. E a KPMG terminava o mandato no final de 2018. A instituição financeira queria manter a auditora liderada por Sikander Sattar por um período adicional, por estar em processo de transformação, mas esbarrou na recusa da CMVM, como noticiou o Expresso.

Entre os grandes bancos, a CGD conta com a EY como auditora, bem como o Novo Banco. A Deloitte audita o BCP enquanto a PwC certifica as contas do BPI e do Santander Totta.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: dcavaleiro@expresso.impresa.pt

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