Economia

Berardo pediu para não ser fotografado e filmado no Parlamento

Berardo pediu para não ser fotografado e filmado no Parlamento

Sem fotografias, sem filmagem, à porta fechada sobre os grandes temas. Foi este o pedido de Berardo antes da sua audição parlamentar no inquérito à CGD

Berardo pediu para não ser fotografado e filmado no Parlamento

Diogo Cavaleiro

Jornalista

Joe Berardo pediu ao Parlamento para não ter de ser fotografado e filmado na comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos, para onde chamado para ser ouvido na sexta-feira, 10 de maio. E solicitou ainda que houvesse respostas que pudessem ser dadas à porta fechada. Nem tudo foi aceite.

Segundo o presidente da comissão, o empresário, antes do arranque da reunião, “pediu, em defesa e protecção da sua imagem, que esta sessão fosse realizada sem a presença dos fotógrafos. Pediu também que transmissão não fosse feita pelo Canal Parlamento”.

O pedido para a transmissão no canal não foi aceite pela mesa da comissão de inquérito: a audição está a ser transmitida.

Só que os fotógrafos e repórteres de imagem só puderam estar no início da sessão, não sendo possível retirar imagens quando já durante as suas declarações.

Como habitualmente nestas comissões, houve espaço para intervenção inicial que Joe Berardo pediu para ser lida pelo seu advogado, André Luiz Gomes. E, aí, foi pedido pelo advogado que a audição fechasse as portas aos jornalistas (e ao Canal Parlamento) quando fossem suscitados temas sujeitos a segredo bancário, como referiu, as reestruturações dos créditos concedidos.

“Se me recusar a responder será em exclusivo por respeito aos direitos legais e de defesa. Tenho o maior respeito pelo trabalho da comissão”, disse Berardo, citado pelo advogado.

Depois de ouvir responsáveis da CGD e do Banco de Portugal, a comissão de inquérito está a ouvir os principais devedores do banco público. Diogo Gaspar Ferreira, de Vale do Lobo, foi o primeiro, sendo que na próxima semana será ouvido Manuel Fino.

Comissão de inquérito enfrenta Berardo: Vai filmar tudo

No final da intervenção inicial, André Luiz Gomes quis lavrar um “voto de protesto”, quando se apercebeu que a transmissão no Canal Parlamento estava a decorrer.

“A gravação é, na nossa perspectiva, totalmente ilícita”, por ir contra o “direito fundamental” à imagem de Berardo, sugeriu o advogado Só pode haver uma gravação para “efeitos de prova”, não para “divulgação em termos de comunicação social”.

“A partir deste momento, qualquer divulgação de som e imagem não tem autorização do meu constituinte”, avisou o advogado do empresário.

Leite Ramos, que preside, assumiu que aprovara a transmissão televisiva por “interesse público”. “Registo o protesto, mas continuaremos a audição nas condições normais, a não ser que haja matéria sujeita a sigilo devidamente justificado que obrigue a uma ronda final, sem ser pública. Mantenho a minha decisão”, continuou.

André Luiz Gomes quis deixar uma mensagem: “que fique claro que é decisão consciente da mesa e que o direito fundamental fica obviamente prejudicado”.

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