Economia

Se a Caixa tem informação dos “clientes-mistério”, que os mande à comissão de inquérito, dizem PSD e CDS

Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa
Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa
TIAGO PETINGA/LUSA

A auditora da Caixa disse que não teve acesso à informação de três clientes, por não lhes ter sido disponibilizada, e de um outro, por estar no Ministério Público. O banco respondeu que tem dados de todos os clientes. Sendo assim, que os entregue, pedem o PSD e o CDS

Se a Caixa tem informação dos “clientes-mistério”, que os mande à comissão de inquérito, dizem PSD e CDS

Diogo Cavaleiro

Jornalista

"Se a Caixa Geral de Depósitos os tem, tem de os enviar a comissão de inquérito”. Foi assim que o deputado centrista João Almeida, que é o responsável pelo relatório final do inquérito parlamentar ao banco público, se posicionou perante o facto de a instituição financeira ter rejeitado a ideia de que não tem informação sobre três clientes, como disse a sua auditora. O PSD faz o mesmo pedido.

Na audição desta terça-feira, Florbela Lima, responsável da EY que fez a auditoria aos atos de gestão, afirmou que, dos 25 maiores devedores, não conseguiu obter informação sobre três clientes da CGD, que não identificou. Havia ainda um quarto cliente cujos dados não estavam no banco público por estar em segredo de justiça, já que tinham sido levados pelo Ministério Público.

A questão levantou dúvidas sobre como poderia o banco reclamar estes créditos, se não tinha documentação de suporte.

O banco presidido por Paulo Macedo esclareceu que tinha a documentação: "A CGD confirma a formalização contratual respeitante aos quatro créditos mencionados como parte do 'top' 25 do relatório de auditoria da EY".

Assim, o CDS pediu essa informação pela voz de João Almeida. Também o PSD entregou um requerimento no inquérito parlamentar a pedir “toda a informação e documentação que não esteja sob segredo de justiça na posse da CGD” sobre os quatro créditos Além disso, quer também um “cabal esclarecimento” sobre o motivo pelo qual a EY não obteve aquela informação.

Os pedidos foram entregues no início da audição do governador do Banco de Portugal na comissão de inquérito, na mesma altura em que foi também confirmado que o supervisor recusou, novamente, entregar o relatório de avaliação à supervisão exercida no caso BES.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: dcavaleiro@expresso.impresa.pt

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