O Interior Norte à procura de um novo lugar para o futuro (e presente)

Os desafios e oportunidades da região centrada à volta de Vila Real estiveram em destaque no XXVI Encontro Fora da Caixa
Os desafios e oportunidades da região centrada à volta de Vila Real estiveram em destaque no XXVI Encontro Fora da Caixa
Jornalista
É certo que há problemas demográficos, de investimento e de atratividade. E nas palavras de Rui Gonçalves dos Santos, até “é tudo isso, só que é muito mais.” Sem escamotear os grandes desafios que marcam o Interior Norte, o presidente da Câmara Municipal de Vila Real garantiu que a região tem também muitos elementos positivos que já constituem “não só um conjunto de boas intenções, mas sim uma constatação de factos” alicerçados em investimentos recentes.
Desde a mudança no sector do vinho à melhoria das acessibilidades rodoviárias, com o Túnel do Marão à cabeça, a cidade assume uma nova posição estratégica que pode trazer mais dividendos no futuro próximo. “Vejo com perspetiva muito positiva o que tem acontecido nos últimos anos”, disse Paul Symington, da Symington Family Estates, no XXVI Encontro Fora da Caixa.
Naquela que foi a última paragem do ciclo de conferências da CGD que (com o apoio do Expresso) percorreu o país ao longo dos últimos dois anos, a economia do Interior Norte esteve em discussão e o economista Daniel Bessa apontou que, apesar dos indicadores promissores mais recentes, o “indicador mais preocupante é o inverno demográfico.” O que, na opinião do professor universitário Francisco Seixas da Costa, pede um conjunto de políticas públicas “que façam atrair os capitais e criem um ambiente favorável à deslocação dos agentes económicos.”
“Nós estamos aqui muito mais próximos do mercado que recebe 25% das nossas exportações”, lembrou Luís Miguel Ribeiro, diretor do Instituto Empresarial do Tâmega, para realçar o papel que a distância para Espanha pode desempenhar no desenvolvimento da região. Interior Norte que, segundo o Presidente do Conselho Fiscal da Cooperativa dos Olivicultores de Valpaços, Fernando Mourão Vieira, “precisa de recursos humanos” para atingir novas metas. "A formação continua a ser uma necessidade", apontou o presidente da Comissão Executiva da CGD, Paulo Macedo.
Se é certo que muita gente tem saído, também é certo que há novas chegadas e as hipóteses de mudar as coisas abundam. Horácio Negrão, presidente do Conselho de Administração da Vilas Alto do Lago defende mesmo que “para quem quiser fazer algo e arriscar, há muitas oportunidades para o sucesso.”
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