EDP suportou 10% de imposto sobre lucros em 2018
Depois de em 2017 ter tido uma tributação efetiva inferior a 1%, o grupo liderado por António Mexia viu em 2018 os seus encargos fiscais dispararem
Depois de em 2017 ter tido uma tributação efetiva inferior a 1%, o grupo liderado por António Mexia viu em 2018 os seus encargos fiscais dispararem
Editor de Economia
O grupo EDP teve no ano passado uma taxa efetiva de imposto sobre os rendimentos de 10%, depois de em 2017 o grupo ter suportado uma tributação efetiva inferior a 1%, que chegou a ser objeto de discussão no Parlamento.
Em 2017 o grupo EDP, no seu conjunto, havia obtido um resultado antes de impostos de 1521 milhões de euros, pagando globalmente apenas 10 milhões de euros entre imposto sobre os lucros e impostos diferidos. Nessa altura a empresa assegurava ser um dos maiores pagadores de IRC em Portugal, justificando a baixa taxa efetiva com um efeito contabilístico relacionado com diferentes rubricas fiscais dos países em que opera.
Em 2018 foi diferente. O resultado antes de impostos baixou para 1041 milhões de euros, mas a fatura fiscal do grupo EDP subiu para 100 milhões de euros (valor que não inclui os 65 milhões da contribuição extraordinária da energia). O comunicado de resultados publicado na CMVM é omisso sobre as razões do aumento dos encargos com impostos.
Na sua apresentação de resultados ao mercado a EDP diz ainda que se em 2018 não tivesse contabilizado provisões de 288 milhões de euros (na sua maior parte destinadas a pagar o custo de uma decisão do Governo português sobre alegados ganhos indevidos) então o seu resultado seria maior e o imposto pago também, o que deixaria a taxa efetiva de tributação do grupo nos 14%.
A EDP fechou 2018 com um lucro de 519 milhões de euros, menos 53% que em 2017, devido principalmente ao efeito das provisões em Portugal, mercado no qual a EDP deu prejuízo pela primeira vez desde que começou a ser privatizada, em 1997.
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