O Novo Banco tem, a partir desta segunda-feira, 4 de março, um novo administrador financeiro. Vem da Irlanda e chama-se Mark Bourke.
“O Novo Banco informa que Mark Bourke iniciou hoje funções como membro do conselho de administração executivo para o mandato em curso, assumindo a função de Chief Financial Officer”, revelou o banco em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
A nomeação já tinha sido anunciada e estava à espera do cumprimento de dois factos: da autorização do Banco Central Europeu e do fim do contrato que unia Mark Bourke ao banco irlandês Allied Irish Banks. Ambos já estão satisfeitos.
Bourke vai ser o responsável por administrar as finanças do Novo Banco e por estabilizar a sua situação. Para isso, conta no curriculum com a administração de um banco que foi intervencionado pela Irlanda em 2010 (o Allied Irish Banks) e que conseguiu colocar parcialmente em bolsa em 2017. Aliás, esse foi um feito referido pelo Novo Banco quando, em setembro, anunciou esta contratação.
O novo administrador financeiro, ou CFO na sigla inglesa (“chief financial officer”), entra em funções depois de apresentadas as contas de 2018, ano em que o Novo Banco apresentou prejuízos de 1.413 milhões de euros e que resultou num pedido de 1.149 milhões ao Fundo de Resolução ao abrigo do mecanismo de capital contingente.
Na apresentação de contas do ano passado, o presidente executivo, António Ramalho, decidiu dividir os resultados da instituição financeira em duas parcelas: o Novo Banco recorrente, aquele que é a atividade central e que é para manter, que representa 78% de todo o ativo; e o Novo Banco legado, onde estão os ativos de que o banco se quer desfazer, e que representa 22% do consolidado.
O banco, detido em 25% pelo Fundo de Resolução e em 75% pelo fundo de “private equity” Lone Star, obteve um resultado antes de impostos de 2,2 milhões de euros neste Novo Banco recorrente, tendo sido o legado a justificar grande parte das perdas. E é para preparar o banco recorrente para o futuro que Bourke entra em ação na instituição financeira.
Jorge Cardoso, até aqui administrador financeiro, fica responsável pela parte de gestão do legado do banco: os créditos que estão cobertos pelo mecanismos de capitalização contingente (aquele pelo qual o Fundo de Resolução é chamado a injetar dinheiro), alguns imóveis, e entidades que estão a ser vendidas, como a seguradora GNB Vida. E há novas operações de venda de carteiras de crédito e de imóveis pela frente.
Bourk entra para o conselho de administração executivo, que é presidido por António Ramalho, e onde estão mais seis elementos: Vítor Fernandes, Jorge Cardoso, Luísa Soares da Silva, Rui Fontes, José Eduardo Bettencourt e Luís Ribeiro. O mandato, iniciado em 2017, estende-se até 2020, o mesmo período de exercício do órgão que tem a missão de acompanhar e fiscalizar a administração executiva, o conselho geral e de supervisão, liderado por Byron Haynes.
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