Economia

“Não acredito que haja qualquer condenação seja ela qual for.” O que dizia Tomás Correia sobre os processos

“Não acredito que haja qualquer condenação seja ela qual for.” O que dizia Tomás Correia sobre os processos

O que o líder do Montepio tem dito sobre os processos que têm estado a correr quer no Banco de Portugal quer no Ministério Público

“Não acredito que haja qualquer condenação seja ela qual for.” O que dizia Tomás Correia sobre os processos

Isabel Vicente

Jornalista

O atual presidente da Associação Mutualista Montepio Geral, dona do banco Montepio, tem enjeitado sempre as acusações feitas quer pelo Banco de Portugal quer pelo Ministério Público, sempre que é questionado sobre as mesmas.

Mas, quando pressionado a fazê-lo, desvaloriza as acusações e o facto de ter sido constituído arguido, dizendo não haver matéria para a sua condenação.

1. Sobre os processos do Banco de Portugal:

“Não tenho nenhuma intranquilidade sobre essa matéria, não acredito que haja qualquer condenação seja ela qual for. Não acredito que haja elementos que se traduzam em aplicar uma condenação a mim próprio”

(em janeiro tomou posse para o quarto mandato à frente da Associação Mutualista Montepio Geral)

“Dizem-me que o Montepio e os administradores têm o maior processo, em termos de volume, no Banco de Portugal. O que não deixa de ser extraordinário. O maior de todo o sistema financeiro. É o que me dizem, não vi. Não conheço os dossiês, não faço a mais pequena ideia”

(em abril de 2018 ao Jornal de Negócios e Antena 1, quando questionado pelo processo do supervisor)

“Não tenho grandes dúvidas que aquilo não tem o mínimo de fundamento adequado para resultar em algo que me penalize a mim e às pessoas visadas. Tenho uma grande tranquilidade. Eu nunca fiz créditos de favor na Caixa Económica, sempre respeitei o modelo de governo ao nível da origem dos créditos. Tenho dúvida de que algum dia algum departamento, responsável de departamento, diretor, possa dizer que eu interferi no sentido de alguma operação ser encaminhada desta ou determinada maneira. Trabalho na banca há muitos anos e sei que quando o presidente ou administrador se interessa por uma operação é porque tem alguns condimentos que a levam a que corra mal”

(em entrevista à Lusa, em outubro do ano passado)

2. A auditoria da Deloitte

“As alegadas deficiências detetadas pelo controlo interno ascenderam às dezenas e 90% das mesmas já foram resolvidas”

(em maio de 2015, quando questionado sobre a auditoria encomendada pelo Banco de Portugal à Deloitte que identificou falhas de controlo e irregularidades nos créditos)

“Não terá consequências patrimoniais para o banco.” “O Montepio pode cometer erros de procedimentos, mas não cometeu irregularidades. Há recomendações para melhorar as práticas e os controlos internos da instituição”

3. A investigação no Ministério Público

Tomás Correia “nunca” teve “qualquer relação comercial com qualquer cliente do banco em contas da Suíça”

(disse ao Expresso o assessor do jurista em janeiro de 2017, em relação às suspeitas relativas ao financiamento de um fundo para comprar um terreno em Alfragide, no âmbito do qual o empresário José Guilherme lhe terá pago 1,5 milhões de euros, através de uma conta na Suíça)

“Quando se tem uma carteira de crédito que devia andar pelos 16 mil milhões, e estamos a falar de uma operação de 8,5 milhões, não faço ideia”

(em novembro, à TSF e Dinheiro Vivo sobre os créditos a Paulo Guilherme)

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: IVicente@expresso.impresa.pt

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