Economia

Pequim confirma desaceleração. É o pior crescimento desde 1990

A taxa de crescimento do PIB chinês caiu de 6,8% em 2017 para 6,6% em 2018, segundo a primeira estimativa divulgada esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística. É o crescimento mais baixo desde 1990. No último trimestre, o crescimento abrandou para 6,4%. O excedente comercial emagreceu 18%

A economia chinesa registou no ano passado o crescimento mais lento desde 1990. A taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) desceu para 6,6% em 2018, segundo a primeira estimativa divulgada esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística. Registou-se um arrefecimento de duas décimas em relação ao crescimento de 6,8% no ano anterior.

A desaceleração em relação ao ano anterior poderia ter sido ligeiramente maior, mas o organismo de estatística reviu em baixa, na sexta-feira passada, a taxa de crescimento de 2017 de 6,9% para 6,8%.

Os dados divulgados esta segunda-feira em Pequim confirmam que a economia do gigante asiático desacelerou ao longo de todo o ano, chegando no último trimestre a um ritmo idêntico ao do primeiro trimestre de 2009, o ano de recessão mundial. O ritmo trimestral de crescimento da economia chinesa abrandou continuamente ao longo do ano: 6,8%; 6,7%; 6,5%; e 6,4%. O excedente externo em 2018 reduziu-se em 18,3% em moeda chinesa.

China contribuiu com 30% para o crescimento mundial

O papel da China continua a ser central na dinâmica mundial. O crescimento chinês contribuiu com 30% para o crescimento mundial em 2018, sublinhou Ning Jizhe, responsável pelo instituto de estatística, numa conferência de imprensa em Pequim.

Contornando o abrandamento óbvio, as autoridades chinesas celebraram esta segunda-feira três marcos estatísticos: o crescimento em 2018 ficou acima da linha de 6,5% (uma espécie de mínimo político para o ano); o PIB superou pela primeira vez os 90 biliões de yuan (ao câmbio de final do ano, mais de 11 biliões de euros); e o comércio externo (envolvendo a exportação e a importação) superou, também pela primeira vez, os 30 biliões de yuan, tendo crescido quase 10% em relação ao ano anterior, apesar da guerra comercial iniciada pelos EUA.

Para 2019, o Banco Mundial prevê que a economia chinesa desacelere ainda mais, apontando para um crescimento anual de 6,2%. Em Pequim, as autoridades ficaram-se, esta segunda-feira, por uma declaração sem apontar uma meta: “Temos plena confiança que a economia chinesa manterá uma taxa de crescimento razoável em 2019”, referiu Ning Jizhe, que acrescentou que para alimentar esse ritmo razoável a economia conta com “um consumo massivo a nível doméstico, baseado em uma classe média de 400 milhões, e o empurrão da tecnologia e de outras indústrias inovadoras”.

Recorde-se que, este mês, Pequim já avançou com um pacote de estímulos orçamentais e monetários na ordem de 6 biliões de yuan (cerca de 800 mil milhões de euros) para contrabalançar os efeitos da guerra comercial.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate