Em Portugal, há 2,6 milhões de pessoas em risco de pobreza ou exclusão social. A conclusão é do INE, com base no inquérito às Condições de Vida e Rendimento relativo ao ano de 2016.
Os resultados do INE indicam que o rendimento para as pessoas em risco de pobreza foi de 3865 euros (2015), um valor que compara com um rendimento disponível por adulto de 8782 euros. A evolução dos rendimentos entre 2014 e 2015 foi favorável em todas as classes e mais expressiva para as pessoas rendimentos mais baixos.
Em 2016, 2595 milhares de residentes encontravam-se em risco de pobreza ou exclusão social. Isto é, 25,1% da população portuguesa. O valor traduz uma redução de 1,5% face ao ano anterior.
Jovens e idosos
Do universo de pessoas em pobreza, 18,8% (487 mil) eram jovens, menores de 18 anos. A seguir surgem os idosos: 18% (468 mil) eram pessoas com idade superior a 65 anos.
Segundo o INE, as condições habitacionais adversas (número de divisões habitáveis, a existência de instalações sanitárias e as condições físicas e de luminosidade) afetam mais frequentemente as pessoas em risco de pobreza e as famílias com crianças.
A sobrecarga das despesas em habitação afetou quase 30% da população com menores rendimentos em 2016.
Rendimento mensal por agregado aumentou 79 euros
De acordo com os resultados definitivos do Inquérito do INE, o rendimento médio por agregado familiar foi de 17.967 euros anuais em 2015, ou seja, 1497 euros por mês. Por agregado familiar é mais 79 euros por mês do que em 2014.
Em termos nominais, o dinheiro disponível por agregado familiar em 2015 situou-se ao nível do rendimento de 2006 (17.926 euros).
A análise do INE dos resultados a preços constantes revela um crescimento em termos reais de 5,9% entre 2013 e 2015. É uma recuperação de um terço da quebra verificada entre 2009 e 2013.
O rendimento por adulto continuou a aumentar em 2015, mas permanece muito abaixo da Europa. A comparação com os resultados disponíveis para a União Europeia (UE) indica que o rendimento por adulto português corresponde a pouco mais de metade (52%). A diferença é mais acentuada (50%) quando se comparam os rendimentos da população em risco de pobreza na UE e em Portugal.
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