Portugal destacou-se esta quinta-feira com uma subida de seis pontos base das yields das Obrigações do Tesouro a 10 anos no mercado secundário da dívida. As yields naquele prazo de referência fecharam em 3,18%, um aumento que já soma 12 pontos base em relação ao valor de encerramento em maio. O movimento altista nas OT a 10 anos regista-se desde 25 de maio, quando as yields desceram abaixo de 3%, o que já não ocorria desde o início de abril. Recorde-se que as yields registaram um pico do ano acima de 4% em fevereiro, quando se verificou uma reação negativa de investidores internacionais à decisão do Banco de Portugal em transferir alguma dívida sénior do Novo Banco para o banco “mau” do BES.
O contraste foi nítido no grupo dos periféricos do euro no mercado secundário, com as yields das obrigações espanholas e irlandesas no prazo de referência a recuarem um ponto base e as relativas às obrigações italianas a não registarem alteração. As yields das obrigações gregas naquele prazo subiram, mas apenas um ponto base. Nos periféricos, os dois extremos, no prazo de referência, registam 0,79% nas yields das obrigações irlandesas e 7,29% no caso das obrigações helénicas. As yields para as obrigações espanholas e italianas a 10 anos registavam hoje em valores de fecho 1,49% e 1,39% respetivamente.
O prémio de risco da dívida portuguesa subiu acima de 300 pontos base, o que já não se verificava desde 17 de maio. O prémio fechou esta quinta-feira em 306,8 pontos base, o equivalente a um diferencial de mais de três pontos percentuais em relação ao custo de financiamento da dívida alemã a 10 anos que serve de referência na zona euro. O aumento do prémio foi de nove pontos base, o que liderou entre os periféricos do euro, face a uma subida de quatro pontos base para a Grécia, dois pontos base para a Espanha e Itália, e apenas um ponto base para a Irlanda. O prémio português é quatro vezes e meia superior ao irlandês, está quase duas vezes e meia acima do italiano, e é duas vezes mais do que o espanhol.
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