Julho de 2014 foi um mês chave no negócio da venda da PT Portugal à Altice e um dos encontros decisivos aconteceu em Paris, como relata Armando Pereira, o acionista português da nova dona da PT, numa carta que seguiu para o tribunal no âmbito da providência cautelar interposta por Hernâni Vaz Antunes contra a Oi, onde reclama uma comissão de 69 milhões de euros como intermediário.
Armando Pereira, atual presidente da PT, veio dar força à tese de Hernâni Antunes, que alega ter sido fundamental na compra da PT pela Altice, onde atuou como intermediário. O tribunal, porém, não lhe deu razão, e ontem o juiz revogou a providência, libertando os 69 milhões de euros arrestados à Oi, que contestou o pagamento e, para já, ganhou esta batalha.
Armando Pereira confirmou ao tribunal, por carta, a versão do amigo. A 12 de julho de 2014, Vaz Antunes, parceiro de negócios e homem de confiança de Armando Pereira, encontrou-se em Lisboa, no Hotel da Lapa, com Otávio Azevedo, ex-administrador da Oi na PT, e Marcos Gonçalves, o responsável pelas fusões e aquisições do banco BTG Patual, para lhes manifestar o interesse da Altice em comprar a PT Portugal. Quatro dias depois, a 16 de julho, como se lê na carta a que o Expresso teve acesso, rumam a Paris para uma reunião no Hotel Shangri-La com o presidente da Altice, Patrick Drahi, Armando Pereira e altos quadros da empresa francesa, entre eles o administrador financeiro, Dexter Goei. Objetivo: falar da compra da PT Portugal, que se tinha tornado subsidiária da Oi no âmbito da fusão que estava em curso entre as operadoras brasileira e portuguesa. Conhecido como o ‘comissionista’, Hernâni Antunes tem trabalhado com a Altice em Portugal, nomeadamente na negociação dos contratos com os fornecedores da Cabovisão, e é visto regularmente nos corredores da PT, em Picoas.
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