A maior epidemia registada neste século já levou a China a reduzir em 25% as suas emissões de gases com efeito de estufa, como o dióxido de carbono (CO2) com origem na produção energética em menos de um mês, avançou a publicação online “Carbon Brief”, especializada em energia e ciência climática. Só nas primeiras duas semanas de fevereiro, as emissões chinesas (que rondam cerca de 400 milhões de toneladas de CO2) caíram perto de 100 milhões de toneladas de CO2. “Este valor equivale a mais do que Portugal emite num ano”, sublinha Pedro Martins Barata, CEO da empresa Get2c e um dos coordenador do Roteiro português para a Neutralidade Carbónica em 2050.
A justificar estes cortes nas emissões de gases de efeito de estufa na China estão, por exemplo, as quebras na produção industrial e energética, designadamente nas centrais a carvão ou nas refinarias de petróleo, assim como uma redução de 70% nos voos internos, associados a medidas para conter a epidemia. O coronavírus — que afetou até agora mais de 77 mil pessoas e já matou perto de 2600 na China — levou à paralisação de vários sectores, com consequências na economia chinesa, deixando as ruas de muitas cidades vazias e prolongando o fecho de muitas fábricas numa época em que normalmente já se assiste a um abrandamento na produção energética devido às celebrações do ano novo chinês. Imagens da Nasa revelam que as concentrações de dióxido de nitrogénio também caíram cerca de 36% face ao mesmo período do ano anterior, aliviando a poluição nas grandes cidades chinesas.
Este é um artigo exclusivo. Se é assinante clique AQUI para continuar a ler. Para aceder a todos os conteúdos exclusivos do site do Expresso também pode usar o código que está na capa da revista E do Expresso.
Caso ainda não seja assinante, veja aqui as opções e os preços. Assim terá acesso a todos os nossos artigos.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: ctomas@expresso.impresa.pt