Há meses que António Costa e Mário Centeno não se sentavam lado a lado no hemiciclo. O ministro das Finanças ganhou o título "de Estado", mas passou a quinto na hierarquia, pelo que até no debate sobre o Programa de Governo ficou mais longe do chefe de Governo. Agora, voltou a sentar-se na cadeira antiga: mesmo à esquerda de Costa (ou à direita, se olharmos de frente). Centeno - o ministro que deixou em aberto a hipótese de sair do Governo em breve - só falará esta sexta-feira no plenário, mas António Costa assumiu a defesa da sua estratégia orçamental sem hesitações.
No arranque do debate do Orçamento de Estado de 2020, Costa e Centeno falaram muito, trocaram notas e riram-se em conjunto, sobretudo quando Rui Rio tomava a palavra. Para quem olhasse, não restariam dúvidas sobre o alinhamento: o Orçamento de um é o Orçamento do outro. Melhor dizendo: o excedente de um é mesmo o excedente do outro. O primeiro-ministro referiu-se ao excedente como um trunfo, ao Orçamento como "o melhor" dos cinco que já levou ao Parlamento. E deixou claro para os partidos da esquerda que, aconteça o que acontecer a Centeno, não desviará da estratégia: "Não se trata de imposições da UE, os portugueses não podem voltar a suportar os custos de uma crise".
Este é um artigo exclusivo. Se é assinante clique AQUI para continuar a ler. Para aceder a todos os conteúdos exclusivos do site do Expresso também pode usar o código que está na capa da revista E do Expresso.
Caso ainda não seja assinante, veja aqui as opções e os preços. Assim terá acesso a todos os nossos artigos.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: ddinis@expresso.impresa.pt