Exclusivo

ARQUIVO Diário

Passados dos carretos

Eliza Scanlen em “Babyteeth”: tocada pela graça
Eliza Scanlen em “Babyteeth”: tocada pela graça
d.r.

Um filme australiano, realizado por uma mulher, Shannon Murphy, volta a erguer entusiasmos, na altura em que o festival de cinema de Veneza se aproxima do fim

Podia ser politicamente correto e dizer que, no princípio de “Babyteeth” os seus comparsas são todos disfuncionais. Mas, na verdade, não é bem isso. O que eles estão é um pouco, bastante, muito, definitivamente, ‘passados dos carretos’ porque, sabê-lo-emos ao longo do filme, cruzados por dores tamanhas que não há como manter a mente sã e constantemente apta. Depois essas pessoas confrontam-se, dilaceram-se, rearranjam-se e, no fim do filme, passadas que foram provas que a ninguém se deseja, talvez as dores tenham algum linimento, talvez a continuação da vida lhes possa proporcionar equilíbrios em lugares que ainda se não sabem, talvez...

“Babyteeth” começa como quase comédia, cresce como história de absurdo, fecha como drama que nem pede aplausos - em Veneza teve-os, todavia, muitos - só um recolhido silêncio. É um filme surpreendente que nos engana várias vezes nas direções que quer tomar, nunca óbvio, sempre a parecer previsível para logo nos trocar as voltas, sendo duro quando parecia romântico, doce quando só vibram desesperos, divertido quando ainda estamos a tentar lidar com a incredulidade.

Para continuar a ler o artigo, clique AQUI
(acesso gratuito: basta usar o código que está na capa da revista E do Expresso. Pode usar a app do Expresso - iOS e Android - para descarregar as edições para leitura offline)

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate