Bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, tem reservas sobre a iniciativa do Governo de lançar, até ao fim do ano, consultas através de uma aplicação móvel de telemóvel aos utentes do Serviço Nacional de Saúde. O projeto-piloto irá começar numa unidade de saúde de Lisboa ou do Porto. Bastonário avisa que Código Deontológico da Ordem não prevê teleconsultas diretas na medicina à distância
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Apesar de aberto à inovação tecnológica na área da saúde, Miguel Guimarães afirma ter reservas em relação a consultas por telemóvel, a começar pelo facto de lhe chamarem consultas. “Desde logo, o termo consulta é incorreto. Consulta pressupõe a presença do médico e do doente, auscultação, apalpação, verificar se o paciente está a esconder alguma coisa, etc”, garante o bastonário da Ordem dos Médicos. E avança, a título de exemplo, que por telemóvel é impossível verificar se um sinal é rugoso e se pode ou não ser cancro.
“Quem irá ser responsável por um diagnóstico errado à distância?” é outra das interrogações de Miguel Guimarães, que sublinha que nem o Estatuto Médico nem o Código Deontológico da Ordem preveem o recurso a consultas na medicina à distância, nem há regras ou legislação que as enquadrem.
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