Ué, ué, ué”. Marcelo foi recebido assim, com o povo de Lubango, na província da Huíla, em histeria. “Ué, ué, ué”, gritavam os grupos de danças tradicionais tribais que ensaiavam há horas ao sol. Uma confusão: “Façam o cordão, façam o cordão!”, gritava a segurança, os miitares, a polícia, os serviços secretos, aflitos com as fintas do Presidente português, que já tinha feito cerca de 10 quilómetros em hora e meia, com o pé no estribo de um carro blindado que não abria as janelas, para poder ir cumprimentando o povo todo que estava à espera dele nas estradas que ligavam o aeroporto ao centro da cidade (antiga Sá da Bandeira, como fez questão de dizer ao grupo de jornalistas um assessor do governador provincial). O atraso estava explicado pelo intercâmbio de afetos.
Desde o aeroporto ao centro - o voo demorou cerca de hora e meia desde de Luanda - tinha “milhares de pessoas” à espera. A viagem foi outro desafio à segurança. O próprio Presidente contou aos jornalistas, à beira do esmagamento, no meio da turba e dos gritos: “Parei muitas vezes, mas fui sempre fora do carro. Para não cair, vinha pendurado com uma mão e por isso não podia ir muito rápido. É que” - explicou - "como a viatura é blindada não dá para abrir a janela. Vinha com um pé no estribo e uma mão a segurar. Para cumprimentar todos, ou saía do carro ou íamos tão devagar que por isso demorámos muito tempo…” Ouvia “Marcelo, amigo, o povo está contigo”, gritos de “Angola!”, “Portugal!”, era disto que Marcelo Rebelo de Sousa estava à espera.
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