Na entrada do barracão da Unidos da Tijuca na Cidade do Samba, todos os olhos estão postos na pequena televisão. Passava a novela das 3, e uma dezena de mulheres e crianças da comunidade amontoam-se nas cadeiras gastas da sala de espera como se aguardassem num consultório. O silêncio respeitoso pela trama só era interrompido pelo som estridente de berbequins e marteladas no grande hangar onde se ultimam os preparativos dos carros alegóricos. Falta um mês para o Carnaval e o cheiro a cola, resina e verniz, engrossado pelo calor, deixa o ar sufocante.
Ninguém parece importar-se.
Os olhos desviam-se da cena empolgante que passa no pequeno ecrã para observar e dar passagem aos portugueses - “É visita para o Presidente. São patrícios!”. Rapidamente, voltam a fitar a televisão. Afinal, os portugueses não são por ali novidade. A mais portuguesa das escolas de samba brasileiras está habituada a ter presença lusa, ou não fosse o seu presidente um ilustre portuga nascido e criado até aos 12 anos na zona de Lixa, perto de Felgueiras.
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