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Espiões usam offshores para encobrir operações ilegais

FINANCIAMENTOS ELEITORAIS. Bill Clinton recebeu uma dezena de vezes na Casa Branca um magnata da aviação de origem iraniana cujo nome esteve envolvido num dos maiores escândalos políticos dos EUA, o caso Irão-Contras
FINANCIAMENTOS ELEITORAIS. Bill Clinton recebeu uma dezena de vezes na Casa Branca um magnata da aviação de origem iraniana cujo nome esteve envolvido num dos maiores escândalos políticos dos EUA, o caso Irão-Contras
reuters
Negócios de vendas de armas e de financiamento de guerrilhas feitos através de offshores. Foram criadas empresas com nomes de filmes e vilões do 007 para estas operações e havia um Jack Bauer e um Austin Powers. A história de como a sociedade de advogados Mossack Fonseca ajudou funcionários da CIA e outras personagens do mundo da espionagem - nem todas reais - a criar empresas em paraísos fiscais para encobrir os seus negócios. A investigação é do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, de que o Expresso é parceiro

Will Fitzgibbon

Setembro de 1996. Bill Clinton iniciava mais um dia na sua campanha para a reeleição como presidente dos Estados Unidos. Mais uma sala de hotel, mais um comício. Era uma sala no hotel Westin Crown Centre. Mas naquele dia estava alguém presente disposto a doar-lhe um quarto de milhão de dólares (220.000 euros). Clinton voltou-se para o seu mais generoso convidado e liderou a restante audiência numa homenagem a Farhad Azima. “Parabéns a você, nesta data querida...”

Azima, um magnata da aviação privada, nascido no Irão mas com cidadania norte-americana, há muito que se havia estabelecido como um dos principais financiadores da política americana, distribuindo somas avultadas indiscriminadamente por democratas e por republicanos.

Durante a presidência de Clinton, Azima visitou a Casa Branca uma dezena de vezes, tomando café com o presidente, e apenas com ele, quase sempre. Sete anos passados, enquanto Hillary Clinton conduzia a sua campanha para o Senado, em dezembro de 1999, Azima foi o anfitrião de um jantar que juntou Hillary Clinton e mais de quarenta outras personalidades. O jantar custou 2.500 dólares (2.200 euros) por pessoa.

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