Óscares

Ainda não foi desta: “Ice Merchants” de João Gonzalez não vence Óscar de Melhor Curta Animada

Ainda não foi desta: “Ice Merchants” de João Gonzalez não vence Óscar de Melhor Curta Animada
Rui Duarte Silva

O Óscar ainda não vem para Portugal. "Ice Merchants", filme de João Gonzalez que foi a primeira produção portuguesa nomeada para um prémio da Academia, perdeu a estatueta para "O Menino, a Toupeira a Raposa e o Cavalo", dos ingleses Peter Baynton e Charlie Mackesy, um gigante apoiado pela Apple e BBC que contou com mais de 100 animadores

Ainda não é desta que o Óscar vem para Portugal. “Ice Merchants”, de João Gonzalez, perdeu o prémio de Melhor Curta-Metragem de Animação para “O Menino, a Toupeira a Raposa e o Cavalo”, dos ingleses Peter Baynton e Charlie Mackesy. A estatueta foi entregue na madrugada desta segunda-feira, no Teatro Dolby, em Los Angeles, onde decorreu a 95.ª edição dos Óscares.

O filme português, o primeiro a conseguir uma nomeação nos prémios da Academia, concorria contra produções de peso na animação. A principal era mesmo a que acabou por vencer, um gigante apoiado pela Apple e BBC que contou com mais de 100 animadores. Já tinha vencido múltiplos prémios, entre os quais quatro Annies e o BAFTA para a melhor curta de animação britânica, fruto (também) de uma extensa campanha de marketing por parte da Apple.

“O Menino, a Toupeira a Raposa e o Cavalo” (“The Boy, the Mole, the Fox, and the Horse”, no original) conta a história de um rapaz perdido numa infinita planície nevada que, na sua tentativa de regressar a casa, conta com a ajuda desses três animais falantes.

Já “Ice Merchants”, terceiro filme de João Gonzalez e com Bruno Caetano como produtor, é sobre perda e laços familiares, entre um pai e um filho, e tem como ponto de partida a imagem de uma casa numa montanha, debruçada num precipício. A curta, contada sem narrador nem diálogos, apenas por imagens desenhadas e música, tem coprodução da Cola Animation com Reino Unido e França.

E depois dos Óscares, o que vem aí para João Gonzalez?

Não que este seja um desfecho surpreendente para o jovem português, que em fevereiro admitia numa entrevista ao Expresso não ser “comparável” colocar o seu filme ao lado daquele que acabou por vencer. Ainda assim mostrou-se ciente de que criou “algo muito especial”. Tanto que, num voo com uma antecedência de um mês, levou o sonho dos portugueses até Los Angeles e trabalhou numa campanha de promoção a “Ice Merchants” - essa que termina hoje.

O que vai, então, fazer João Gonzalez? “Quero tirar um mês para ficar sozinho. Absolutamente sozinho no meio de um Airbnb mais remoto possível”, disse na entrevista.

Depois destes Óscares, “se tudo correr bem e tiver energia para tal”, Gonzalez quer começar o próximo filme: “é algo que tenho saudades de fazer”.

O Ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, reagiu, dando mérito a João Gonzalez por ter feito história na 95ª edição dos Prémios da Academia: “Os Óscares são um começo, não o fim”, pode ler-se na rede social Twitter do ministério.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: tscunha@expresso.impresa.pt

Comentários

Assine e junte-se ao novo fórum de comentários

Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes

Já é Assinante?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate
+ Vistas