Uma acrobacia louca de Tom Cruise ou Scarlett Johansson em dupla rajada. Benicio Del Toro carrancudo no tapete vermelho ao lado dos veteranos irmãos Dardenne. Estes e muito mais podem ser os próximos capítulos do 78ª Festival de Cinema de Cannes, que arranca esta terça-feira, 13 de maio.
À partida estão reunidas as condições para um grande festival: a mistura certa entre cinema de “grande arte” e as exigências da indústria, mesmo quando se comentam ausências: de Arnaud Desplechin a Terrence Malick, passando por Jim Jarmuch e Yorgos Lanthimos. Mas a direção artística do festival continua a ter créditos altos, nomeadamente num ano em que a Palma de Ouro da edição transata, “Anora”, de Sean Baker, venceu o Óscar, tal como “Flow”, de Gints Zilbalodis, levou a estatueta dourada na categoria de animação.
É com esse embalo que a programação poderá ser uma janela para um diálogo artístico sobre o atual estado do mundo, entre a vertigem das novas sexualidades e as convulsões políticas. Será um festival vencedor se nos aproximar do olhar perante o outro e revelar cinema que seja insinuante e relevante nestes dias. A tal perenidade do contemporâneo enquanto bússola de novas linguagens desta arte.
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