No dia 25 de outubro de 1984, os jornais de Lisboa publicaram um anúncio destacado. Ali se dizia, com fundo de beijo apaixonado entre Pedro Oliveira e Ana Zanatti: “Hoje estreia ‘O Lugar do Morto’”, e precisavam-se as salas: Castil e Vox, em Lisboa, Lumière, no Porto, e Salão Central Eborense, em Évora. Na realidade, era uma publicidade um tudo-nada enganosa, pois o filme estreara, solitariamente, no Lumière na semana anterior. Mas, como se dizia, Lisboa é o país e o resto é paisagem, e era a entrada na capital do Castil e do Vox que marcava, com a adjacência bizarra e inédita do cinema eborense na lista. Tudo salas desaparecidas na voragem dos anos, à exceção da de Évora, que, após décadas de abandono e ruína, foi tomada pela autarquia, sofreu obras profundas e reabriu como equipamento cultural da cidade.
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